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Zapping - Cristina Padiglione

Série teen da Disney com Malu Mader chega a quase 50 países

Produtor de 'Mila no Multiverso', que apostou em '3%' para a Netflix, Tiago Melo alerta para a carência de produções infanto-juvenis na TV

Malu Mader vive a mãe de Laura Luz na série 'Mila no Multiverso' - Fabio Braga/Divulgaçãp
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São Paulo

Série que estreou antes no Brasil, "Mila No Multiverso" desembarcou há poucos dias em outros 45 países, levando a história da menina que se vê forçada a fazer novas amizades em um outo mundo. Boa parte desses lugares já tem familiaridade com uma das protagonistas, como nós, brasileiros, mas ainda nos soa como novidade ver Malu Mader na tela da Disney, e não mais da Globo.

Viva o frescor.

"Mila no Multiverso" desembarcou em uma lista extensa de nações que inclui Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Holanda, Reino Unido, Irlanda, Espanha, Itália, Alemanha, Suíça, Áustria, Liechenstein, França, Bélgica, Luxemburgo, Andorra, Noruega, Dinamarca, Suécia, Islândia, Finlândia, Países Bálticos, República Tcheca, Hungria, Polônia, Romênia, Eslováquia, Balcãs, Grécia, Turquia, Egito, Israel, África do Sul, Argentina, Colômbia, México, Singapura, Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Hong Kong e Taiwan.

O enredo faz de Malu a mãe da novata Laura Luz, nome em lançamento que vale a aposta da produtora Boutique Filmes, responsável pela realização da série da Disney+. Em 8 episódios, o enredo coloca a menina em outro universo graças à obsessão da mãe, cientista, que por meio de uma engenhoca descobre a existência de outros universos, e acidentalmente leva a adolescente para longe de seu lar, de suas roupas e de seus amigos.

A situação levanta a bola para uma reflexão sobre tolerância e a disposição em abraçar o que é diferente.

"Acho que essa coisa da empatia é muito importante entre os jovens, de ter empatia pelo diferente", diz Tiago Mello, sócio da Boutique, produtora que está completando dez anos e que carrega a fama, entre outros méritos, de ter sido a primeira empresa a produzir para a Netflix no Brasil. Coube a Mello a aposta em "3%", cujos direitos foram comprados pela produtora antes mesmo de a gigante do streaming conhecer o projeto.

"A gente vive num mundo em que as pessoas querem matar o diferente. Acho que temos que fazer produtos que tragam oxigênio, porque é muito legal ouvir uma música diferente, conviver com gente diferente e é muito bacana ter a oportunidade de produzir conteúdo pra criança com uma certa qualidade, porque geralmente não se tem tudo o que se precisa nessas produções, no Brasil pelo menos", completa.

Fascinado pelo nicho infanto-juvenil, Mello sabe que mesmo em um momento de reconstrução da indústria cultural, onde está inserido o audiovisual, será preciso criar espaço e fôlego de produção a partir de políticas e projetos mais amplos.

"O Brasil é um dos países mais importantes no audiovisual do mundo, o público brasileiro ama VOD [Video On Demand], ama Netflix, Disney Plus. É um país com mais celulares do que pessoas, um país de pessoas muito criativas, então o Brasil precisa assumir o seu lugar no mundo, ele está abaixo do lugar que deveria ocupar. O Brasil consome muito mais do que produz", lembra o executivo.

Ainda não se tem notícias sobre a aprovação de uma 2ª temporada de "Mila", mas a criação da série já tem um arco pronto para dar andamento à história. Depende da Disney. Por ora, Mello comemora o efeito do enredo e a boa aceitação da plataforma à proposta de apostar em Laura Luz já no posto de protagonista, o que contempla o valo de investir em novos talentos e, especialmente, na diversidade.

Os testes para a personagem não discriminaram tipo físico, o que só aumenta o mérito da atriz. Buscar equilíbrio de cores na frente e atrás das câmeras hoje é proposta de todo o mercado audiovisual, das produtoras às plataformas de streaming e canais de TV, e Mello adianta que a Boutique tem caminhado satisfeita nessa trilha.

E para quem teve o prazer de acompanhar o sucesso de Malu Mader em "Top Model", vale saber que ela segue inspirando novas gerações 33 anos depois. Hoje, são os netos dela que param diante da TV para contemplar a avó no papel de uma adorável cientista.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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