Janja teria vetado jornalistas em coquetel da posse no Itamaraty
Primeira-dama teria sugerido que profissionais poderiam constranger convidados
Tratada desde a campanha eleitoral como figura essencial na aprovação de ações, visitas e todo tipo de acesso ao presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva teria proposto vetar a presença de jornalistas no coquetel de posse no Itamaraty, no dia 1º de janeiro, mas foi convencida do contrário por outros integrantes do cerimonial e do estafe presidencial.
Procurado pela Folha a manifestar as razões da primeira-dama, José Chrispiniano, assessor de Lula, só retornou no dia seguinte à publicação deste texto e argumentou que a iniciativa foi sua, e não de Janja, como contemplamos em outro texto (leia aqui).
Segundo jornalistas ouvidos pela coluna, Janja teria argumentado que os convidados poderiam não se sentir à vontade e ficar constrangidos diante de profissionais de imprensa naquele ambiente.
Ainda segundo esses relatos, a socióloga, que não está habituada a tais protocolos, teria sido informada pela equipe de comunicação que jornalistas tradicionalmente comparecem à ocasião e que fechar-lhes as portas naquele momento causaria péssima repercussão já na largada da nova gestão.
Havia cerca de 30 jornalistas confirmados para o coquetel quando Janja quis saber quem seriam eles e para quais veículos trabalhavam. A coluna apurou que a primeira-dama expressou incômodo especialmente com o portal Metrópoles e o jornal O Estado de S.Paulo.
Ainda durante a campanha, Lula se queixou publicamente, mas sem nominar o portal, de uma reportagem do Metrópoles que vasculhou o lixo à porta de sua casa, em busca de informações sobre o custo dos vinhos consumidos pelo então candidato. Janja também teria se aborrecido com algumas das notas publicadas pelo mesmo Metrópoles, na coluna de Léo Dias, sobre o seu casamento com Lula, em maio passado.
A onipresença de Janja em decisões de competências alheias tem exigido diplomacia extra de integrantes do governo para orientá-la nos trâmites do poder público e da comunicação, sem ameaçar sua autoridade.
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