Voo de Bolsonaro é comparado a fuga de vilão de 'Vale Tudo', ao lado de Cássia Kis
Cena de Reginaldo Faria dando uma banana ao Brasil foi resgatada nas redes sociais, em meio à partida do presidente
Cena icônica do final da novela "Vale Tudo", a fuga do corrupto empresário Marco Aurélio (Reginaldo Faria) do país, dando uma banana para o Brasil diretamente de seu jatinho, foi resgatada pelas redes sociais nesta sexta-feira, 30 de dezembro.
Ao som de Gal Costa cantando "Brasil", música de Cazuza que foi tema de abertura do folhetim, a sequência veio à tona antes mesmo do embarque do presidente Jair Bolsonaro para a Flórida, nos Estados Unidos, em avião da FAB, da Força Aérea Brasileira.
Como Bolsonaro não passará a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, 1º de janeiro, e terá de responder sobre várias acusações sem mais desfrutar de foro privilegiado, há quem trate sua partida como uma fuga, caso retratado na novela de Gilberto Braga, escrita por ele, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.
Na novela, no entanto, Marco Aurélio, um sujeito tão canalha que roubou até a megavilã Odete Roitman (Beatriz Segall), custeava a fuga com avião próprio. A sequência também ganhou fôlego pelo fato de Marco Aurélio estar então acompanhado por Leila, a própria assassina de Odete Roitman, também em fuga, lembrando que a personagem era Cássia kis, hoje apoiadora de Bolsonaro.
Ao replicar a piada, o colunista da Folha Reinaldo Azevedo observou que "desta vez, infelizmente, a Kis ficou. Mas sempre é tempo. Tem gente precisando de oração em Orlando ", disse ele, em referência às recentes imagens que mostram a atriz rezando fervorosamente a "Ave Maria" em uma manifestação que pede intervenção militar para evitar a posse de Lula.
O embarque de Bolsonaro motivou outros memes na internet, como o "Dia do Fujo" no lugar do "dia do Fico", abaixo expressado por Bruno Sartori.
REVIVAL DA CENA DA BANANA
Para mencionar a clássica banana que Marco Aurélio deu ao Brasil em 1989, às vésperas da primeira eleição para presidente do país após 29 anos, convém notar que o autor Gilberto Braga alimentou grandes esperanças de mudanças na nação a partir de então. De lá até 2011, quando fez "Insensato Coração", o autor assistiu ao impeachment de Fernando Collor e às consequências do Mensalão.
Assim, refez a cena do empresário corrupto que tenta fugir do Brasil no final da novela, dessa vez por meio de Horácio, personagem de Herson Capri em "Insensato Coração". Certo de que o Brasil já não aceitava mais impunidade como antes, o autor mandava algemar Horácio antes que o avião decolasse.
Mas em 2018, depois de outras reviravoltas que não alcançaram propriamente grandes mudanças, na sua visão, Braga admitiu que o Brasil não mudara nada em 30 anos. E disse isso ao falar a esta colunista sobre o sucesso atemporal de "Vale Tudo", que voltou a ser sucesso no canal Viva em 2010, quando a emissora foi criada, e em 2018, quando de novo foi exibida pelo Viva.
"Infelizmente, nada mudou. Marco Aurélio hoje sairia livre de novo", disse ele em junho de 2018..
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