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Zapping - Cristina Padiglione

Casagrande faz autocrítica pela Copa que jogou e vê alienação nos atletas atuais

Análise faz parte da conversa com Marcelo Tas no Provoca, que a TV Cultura exibe nesta terça

Walter Casagrande Jr. e Marcelo Tas
Walter Casagrande Jr. e Marcelo Tas no Provoca, da TV Cultura - Julia Rugai/Divulgação
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São Paulo

Na semana de abertura da Copa do Mundo, Marcelo Tas leva ao ar sua conversa com o comentarista e ex-jogador Walter Casagrande Jr. no Provoca. A entrevista vai ao ar nesta terça, 15, às 22h, pela TV Cultura.

Colunista da Folha, Casagrande relembra no programa como foi a sua participação na Copa do Mundo de 1986: "O meu comportamento, eu me diverti, talvez eu não tenha encarado com tanta seriedade a Copa do Mundo ou talvez eu tenha pensado que eu poderia jogar bem de qualquer maneira, na hora eu resolvo (...) eu não consegui ver a Copa do Mundo com muita seriedade e isso eu me arrependo. Se eu voltasse em 86, eu não ia sair todas as vezes, eu ia me segurar um pouco".

Aqui cabe um parêntese: Tas acompanhou in loco a Copa de 1986 no México, onde registrou bastidores memoráveis do mundial, na pele do Repórter Ernesto Varela, incluindo entrevistas com Casagrande e outros jogadores. Foi na ocasião que Tas abordou o então dirigente da seleção brasileira e deputado Nabi Abi Chedid. Os registros da ocasião estão no YouTube.

Retomando o Provoca do dia, Casagrande fala também sobre o comportamento dos atletas hoje, e diz que, diferentemente dos anos 1970, em que os jogadores encaravam a ditadura, sobra alienação. Corroborando uma análise que tem feito em suas colunas para a Folha e o UOL, o ex-jogador acredita que falta identificação entre a seleção brasileira e a torcida, em função da ostentação dos personagens em campo.

"O Brasil hoje está em uma crise, muitas famílias não têm café da manhã, almoço e janta, desemprego altíssimo e os ídolos desses caras postam iate, lancha, mansão, carros importados e festas maravilhosas [...] o que eles tinham que fazer, além de ostentar, é se posicionar socialmente. Essas pessoas têm que sentir que aquele jogador que vai jogar a Copa do Mundo pela seleção brasileira tá preocupado com ele".

E lembra do quanto a dependência química já lhe custou caro para suas relações de afeto. Casagrande relata um episódiou que considera o mais triste, em que sua mãe o convidou para comer uma pizza e ele não aceitou. "Eu estava na casa dela e tinha usado cocaína e eu falei: ‘Pô, mãe, amanhã eu venho aqui a gente come a pizza. Hoje não dá, tenho um compromisso’. E eu não comprei a pizza, eu nunca mais comi a pizza com ela, ela faleceu depois. Então eu olho pra trás e falo: ‘Porra, por que eu que não pedi a pizza?’. E completa: Olha como a droga é cabulosa, bicho, eu escolhi a droga naquele momento ao invés da pizza com a minha mãe. [...] Naquele momento, o valor mais alto pra mim era a cocaína, não era a minha mãe e nem a pizza".

A perda da irmã mais velha e a saída da Globo também serão assuntos da conversa com Tas.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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