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Zapping - Cristina Padiglione
Descrição de chapéu pantanal

Músico, Chico Teixeira fala sobre sua performance como ator em 'Pantanal'

Filho de Renato Teixeira conta com apoio do amigo Gabriel Sater, também em cena na novela

Chico Teixeira em 'Pantanal'
Chico Teixeira na novela 'Pantanal' - Joao Miguel Jr./Divulgação
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Músico que cresceu em meio ao cenário pantaneiro, mesmo que tenha sido só durante as férias, Chico Teixeira entrará em cena no remake de "Pantanal" como Quim, um dos peões que se encarrega de tocar viola ou violão durante as travessias de boiadas conduzidas pelas comitivas locais. Fará, de certa forma, a trilha que Almir Sater e Sérgio Reis percorreram na versão original, o que resultou em histórias próprias para esses personagens em 1990, inclusive com direito a romances folhetinescos.

Filho de Renato Teixeira, músico que frequenta o mesmo estilo de Almir Sater, Chico refaz também o caminho de Gabriel Sater, herdeiro de Almir, que estará em "Pantanal" como Trindade, personagem que foi de seu pai na extinta Rede Manchete. De quebra, Chico dividirá com a irmã, Isabel Teixeira, o espaço reservado aos créditos do elenco na abertura da trama. Ela será Bruaca, papel que foi de Angela Leal há 32 anos, agora par de Murilo Benício, o temeroso Tenório.

A seguir, Chico revela como tem sido sua adaptação de músico para o ofício de ator e qual a sua relação com o cenário da trama de Benedito Ruy Barbosa, agora adaptada por Bruno Luperi, neto do dramaturgo. A direção artística está a cargo de Rogério Gomes, o Papinha. A estreia está prevista para 28 de março.

Relação com o Pantanal

"Eu vim para cá em 93 ou 94, tinha 13 ou 14 nos. Mudou minha vida. Eu vim para passar 15 dias, passei dois meses. O Almir numa tarde me pegou, pediu para eu fazer uma base para ele estudar um solo de viola, e eu voltei tocando para São Paulo, destravei na música. Eu sabia tocar um ou outro acorde antes. E vim algumas vezes depois ainda. Eu e Gabriel [Sater] fomos criados como irmãos. Quando eu vim, veio todo mundo. Nessa primeira vinda ao Pantanal meu pai veio junto. Depois vinha eu e Gabriel, eu vinha passar férias aqui, ele lá em São Paulo. Depois vim algumas vezes, lindas histórias, encontro comigo mesmo, energizar para cumprir o ano. Olhar o céu estrelado no meio do Pantanal, o banho de rio, tudo marcou. Vim algumas vezes para Campo Grande também, temos muitos amigos aqui na região."

Entrando no set

"Eu venho da área da música, de pesquisa, sou compositor também, passei a fazer trabalho de pesquisa sobre a música do interior, canções antigas, de onde veio, da época, do folclore. O convite apareceu de forma inusitada. De cara eu estranhei. Mas depois pensando e sentindo, achei que seria capaz de compor esse desafio e decidi aceitar. Fui bem acolhido por grandes atores aqui, pessoas que admiro demais, aprendo muito com eles. Estou tendo um acolhimento lindo de toda a equipe."

Logística complexa

"A gente está trabalhando num lugar onde a logística é difícil, embora tenha toda essa beleza. Vamos contar uma história que também vai trazer a conscientização das pessoas sobre a importância de preservar nossos biomas para termos uma sociedade saudável. Uma floresta pulsando é pulsar saúde na sociedade."

Ansiedade

"Eu vim alguns dias antes por causa do isolamento. Eu estava realmente muito ansioso porque é meu primeiro trabalho como ator. O Papinha me deixou muito confortável. Meus parceiros de cena também, criamos um laço muito bonito, de amizade. Estou aprendendo muito, observando, escutando, acho que vamos fazer uma boa entrega aqui. Quando ouvi o primeiro 'gravando', pensei comigo: 'que horas que eu falo?' (risos). Aí entra a generosidade dos parceiros. Irandhir deu uma piscada de olho que indicou que era a hora. E aí eu soltei a fala, foi tudo bem, bem natural. Toda comitiva tem um violeiro, um músico, eu me sinto confortável e capaz de cumprir essa missão. Estou no meu oitavo disco. Na primeira versão, o Quim não cantava. Fizeram uma adaptação para trazer música a ele. Eu fiquei muito feliz em trazer isso para o enredo todo."

Casa na floresta

"Eu moro na maior floresta urbana do mundo, que é a Serra da Cantareira (SP). Lá perto de casa aparece até onça parda, tem uma natureza muito rica ali. Então, é um ambiente muito natural para mim, meu habitat, me sinto em casa. Infelizmente, não temos coleta seletiva onde moro, nem mesmo saneamento básico. Nossa sociedade precisar evoluir muito ainda. Mas a Cantareira é um belo local."

Quem é Quim

"É um peão que vai representar esses caras da lida, que têm muita força, têm uma vida sofrida, embaixo de sol, com enchente, com seca. Tem muita energia nas ações dos peões pantaneiros. Eles têm também uma certa tranquilidade de observar a vida de uma outra forma, em outro tempo, outro ritmo. Acho isso muito bonito. Poder trazer a música para esse peão é um privilégio."

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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