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Zapping - Cristina Padiglione

Globo erra ao colocar 'O Salvador da Pátria' na conta de Gilberto Braga

Novela de Lauro César Muniz foi mencionada em reportagem sobre a morte do autor

O personagem Sassá Mutema, interpretado por Lima Duarte
O personagem Sassá Mutema, interpretado por Lima Duarte - Divulgação
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Ao mencionar as principais obras de Gilberto Braga em reportagem sobre a morte do autor, ocorrida nesta terça (26), o Jornal da Globo da madrugada desta quarta (27) listou "O Salvador da Pátria" (1989), de Lauro César Muniz, no meio de uma lista de títulos de Braga.

O texto da reportagem de Lilia Teles citou "Vale Tudo" (1988) e emendou: "a trilogia da corrupção teve ainda 'O Dono do Mundo' (1992) e 'O Salvador da Pátria' (1989)'", mostrando então uma cena com Lima Duarte no enredo de Muniz, de nenhuma relação com a obra de Gilberto.

A edição ouviu o atual diretor de Entretenimento da Globo, Ricardo Waddington, mas não o autor de quem Gilberto Braga era mais próximo, Silvio de Abreu, que ocupou a direção de teledramaturgia da Globo entre 2013 e 2020. Os dois tinham liberdade para dar pitacos um na novela do outro.

Desde o fim de "Babilônia", em 2015, Gilberto chegou a apresentar mais de um projeto para outros trabalhos, inclusive uma novela de nome "Intolerância", que começou a ser escrita e depois foi descartada.


Havia ainda uma expectativa de que ele voltasse ao ar com uma novela das seis, "Feira das Vaidades", que segundo a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, já tinha 80 capítulos escritos. O projeto também foi cancelado, já na gestão de José Luiz Villamarim como diretor de teledramaturgia, sob o comando de Waddington.

"Vai fazer muita falta", disse Waddington ao Jornal da Globo sobre o autor.​

Gilberto também tinha escrito uma minissérie sobre Elis Regina, projeto que a Globo, ainda na era Silvio de Abreu e Carlos Henrique Schroder, descartou, em detrimento de uma versão do filme de Hugo Prata, exibida em capítulos, da qual o autor não gostava.

A Globo, que faz questão de enaltecer o histórico do autor, tem aí a chance de prolongar essa obra da qual tanto se orgulha, por meio de ao menos três trabalhos que não ganharam as telas.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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