Os filhos nos mostram a exata medida do passar do tempo
Maternidade é sobre ver crescer
A única certeza que temos sobre o tempo é que ele está passando. A já conhecida frase bate forte nas mães quando o assunto é crescimento dos filhos, especialmente a cada fim de ano.
Anos se encerram e, com ele, ciclos escolares também, e isso nos mostra a medida do passar do tempo e a evolução dos filhos. Aquela criança que ainda ontem mamava no peito, chupava chupeta ou travava uma luta contra a fralda e o início das idas ao banheiro hoje sorri para a câmera, tem barba ou usa maquiagem.
Minhas filhas cresceram. Assim como os filhos de quem aqui me lê. Cresceram mais depressa do que eu pude observar. E o que eu estava fazendo enquanto elas cresciam? Acompanhando-as crescer, tão ocupada em cuidar delas que não percebi que a régua do tempo é comprida e que dias e anos passam muito depressa na maternidade, embora, no desespero das dificuldades, isso não seja aparente.
De repente, as amigas de minha filha mais velha começaram a fazer 15 anos. As comemorações pipocam e as retrospectivas também. As fotos surgem, sejam nos grupos de mães, nas lembranças das redes sociais ou nos vídeos das festas de aniversário.
E assim eu me dei conta que a menininha serelepe já se foi. A garota que amava correr, brincar, sorrir e pular na piscina deu lugar a uma jovem que prefere ficar na sua, quietinha em casa. E a minha caçula, que ainda ontem era uma bebê gordinha (a maior do berçário, com seus 4,5 kg), agora fez questão de usar vestido com saltinho para ir à festa de uma amiga.
Meu tempo sempre foi curto e apertado, e fiz malabarismo com ele. É cansativo ser mãe e profissional. Ser mãe, profissional, dona de casa, amiga, companheira, baladeira, passeadeira e aquela que gosta de olhar tudo de perto, mas eu insisto.
Mesmo trabalhando com jornalismo, não abri mão dos cuidados da casa, de fazer festinha com decoração própria para elas a cada ano, de cuidar pessoalmente do uniforme e do material escolar, de ler junto, estudar para as provas, amparar o choro, entender as dores que as afligiam.
Eu tinha a sensação de que poderia segurar o tempo, mas aprendi com minhas filhas que o que eu podia fazer era viver cada momento da forma mais intensa possível. Tentei. Não sei se consegui. Sei apenas que as lições de minhas meninas são diárias. E, hoje, elas me ensinam que ver o tempo passar, observando as fotos de ontem e da atualidade, é também uma forma de lidar com ele. Agradecendo pelo que foi e construindo juntas o que virá.
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