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Colo de Mãe

Colônia de férias para os filhos deveria ser política pública no Brasil

As férias escolares começaram e o caos materno também

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São Paulo

Todo fim de ano é uma delícia, uma farra danada para os estudantes. Eles encerram uma fase da vida e comemoram. Para as mães, no entanto, nem tudo é tão divertido. As férias escolares começam e o caos materno também.

Embora as férias representem a possibilidade de deixar de lado a rotina de estudos, com pausa das tarefas escolares e também de demais cursos que os filhos fazem (quando isso é financeiramente viável, claro), nem sempre é momento para relaxar.

Colônia de férias para estudantes, como vemos nos filmes norte-americanos, deveria ser política pública, assim como a educação básica de qualidade para todos e o acesso ao SUS (Sistema Único de Saúde).

Filhos em casa, sem rotina escolar, é o caos completo - Fotolia

Mas, não, não é assim. Não temos nem vagas em creche em número suficiente para que as mães da periferia (e de outras regiões também) possam trabalhar em paz durante todo o ano, imagina o sonho de ter um local, público e de qualidade, em que a gente pudesse deixar os filhos para que tivessem tempo de qualidade nas férias, fazendo as mais variadas amizades?

O fato é que, no Brasil (e em diversos outros países do mundo), ainda temos que avançar muito em políticas públicas de proteção às mães e seus filhos. Falta creche, falta escola de qualidade, falta formação mais aprofundada aos professores, falta salário, falta colocar a criança e o adolescente no topo das prioridades deste país.

Com isso, o caos materno é uma realidade constante. Ainda mais em tempos de pandemia e home office. E não reclamo aqui do fato de ter que trabalhar de casa. Estar protegida da Covid-19 no conforto do meu lar é um motivo de preocupação a menos, o que me faz uma mãe mais feliz.

Mas estar em casa, em um momento em que as filhas não têm uma rotina tão firme de estudos e quando eu ainda não posso abrir mão de minhas obrigações profissionais porque preciso trabalhar (e muito), é bem caótico. E não, as coisas não melhorariam se eu tivesse que ir ao escritório todos os dias.

O dia a dia nas férias só seria mais leve se houvessem realmente opções de onde deixar as minhas meninas e trabalhar tranquilamente. Enquanto esse dia não chega, porque sonho com ainda mais qualidade de vida aos pequenos seres humanos deste país, elas cozinham em casa, divertem-se vendo filmes e brincam com a molecada da vizinhança. E a mãe trabalha!

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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