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Colo de Mãe

Sou oficialmente mãe de uma pré-adolescente

Quando você menos espera, sua garotinha cresce cheia de atitude

Desenho feito por Luisa Gardim, 11
Desenho feito por Luisa Gardim, 11 - Arquivo pessoal
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Você não sabe bem ao certo quando ela chega. Para algumas, pode ser que tenha aparecido bem mais cedo, por volta dos nove anos. Para mim, lá em casa, a pré-adolescência bateu na porta há poucos meses, com Luiza prestes a completar 11 anos e meio, e eu nem percebi.

O fato é que a pré-adolescência chega chegando, como na música da Ludmilla: “Se não gosta, senta e chora, hoje eu tô a fim de incomodar”. Um dia sua filha dorme criança e acorda com mau humor, com espinha, com os seios doendo, já apontando um pequeno crescimento, e cheia de perguntas capciosas. “Mãe, menstruação dói sempre?”, “Mãe, o que é celulite?”

E, nas mínimas conversas, quando você começa a orientá-la sobre as posturas que acredita que ela deve ter na vida, a resposta é a mais autossuficiente possível: “Mãe, pode ser assim para você, para mim é diferente”. E lá segue ela, dona da verdade, dona do seu tempo, dona de si.

O celular é a extensão do corpo. Os problemas se resolvem com aplicativos. As paqueras começam a agradar e a irritar. As amigas são o grande barato da existência. Lá em casa, há papos semanais, por vídeo, em chamadas nas quais cinco garotinhas conversam sobre diversos assuntos. E riem delas mesmas durante um lanche da tarde virtual.

Eu não havia me dado conta de que a pré-adolescência estava instalada em meu lar pois, confesso, Luiza é ainda muito menina. E não, não é papo de mãe que não quer ver filho crescer. É apenas o fato de que minha filha é bem moleca e ainda brinca muito de boneca com a irmã.

Mas um evento fez com que eu me desse conta de que o tempo está passando. E rápido. Não foram as espinhas que me fizeram notar a pré-adolescência, mas o convite para a última festa “infantil” que, na verdade, foi uma balada.

O convite foi estendido a toda a família, pois a festa seria na casa da amiga de Luiza. Uma graça de menina. Ela comemorava 12 anos, e a irmã caçula, três. Portanto, eu poderia ir e levar Laura, que só tem seis anos.

O dia marcado foi um sábado, o mesmo que escolhi para comemorar os seis anos da Laurinha com um piquenique. De cara, pensei em declinar, dado o cansaço. Mas, ao ver a importância do evento na vida de minha primogênita, não hesitei nem um minuto.

Confirmei presença e, no sábado, depois de dias preparando a festa da caçula, lá fomos nós –eu e minhas duas meninas– para a primeira balada adolescente da vida de Luiza. Ao lado das amigas, minha filha cantou, dançou, fez selfies, gravou vídeos e riu muito. E eu fiquei de longe, observando a vida pulsar.


MOSTRA TEM CURTAS PARA AS CRIANÇAS

Filme "Cores", que será exibido neste domingo (26) na Cinemateca, às 15h
Filme "Cores", que será exibido neste domingo (26) na Cinemateca, às 15h - Arquivo pessoal

Pelo 14º ano seguido, o 29º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo apresenta filmes destinados aos pequenos em sua programação. O evento, que vai até o próximo domingo, 2 de setembro, tem sessões para as crianças neste domingo (26), no CineSesc, às 11h, e na Cinemateca, às 15h.

Um dos destaques é o filme "Cores", que será exibido na Cinemateca neste domingo. A história é da suíça Oana Lacroix, animadora e ilustradora, e mostra uma grande floresta onde vivem pássaros de uma só cor, até que surge um de duas cores. A programação completa está no site ​Kino Forum

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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