Colo de Mãe

Não é fácil sair de casa cansada, encarar trânsito e ter que ser plena no mercado de trabalho

Mesmo trabalhando fora, cargo de mãe é mantido em tempo integral

Mulher trabalhando com bebê
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Eu sou mãe em tempo integral, embora trabalhe fora. Respeitadas as devidas proporções do que essa expressão visa representar, quero dizer que não dá para tirar a pele de mãe quando vou para o trabalho ou para cinema, bar, curso ou qualquer outra coisa que eu raramente faço. Justamente porque trabalho e sou mãe em tempo integral.

Eu tenho toda uma solidariedade com as mães que abrem mão da profissão ou do dia a dia no trabalho para ficar em casa com os filhos. Às vezes, também gostaria de ter tido essa opção. Mas é só às vezes. Gosto do que eu faço e respeito a minha escolha, sem culpas.

Mas confesso que há momentos bem difíceis de aguentar. Momentos em que a gente precisa trabalhar a mais (o que não representa, necessariamente, grana extra) por demanda do mercado de trabalho. Eu conheço bem o fardo da tripla jornada. E ter que parecer plena no mercado de trabalho não é nada fácil. Eu procuro sorrir. Procuro ser empática e solidária quando os colegas (homens ou mulheres) reclamam de cansaço, excesso de coisas para fazer, mau humores e carga horária. Nessas horas, penso: “Que bom que sou mãe e aguento”.

 
 


 

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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