Colo de Mãe

A gente cresce quando acolhe a condição de mãe como a única após o nascimento dos filhos

Eu e minhas meninas somos uma trinca perfeita que jamais imaginei

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A maternidade real e madura é um laço apertado bem forte, que não é nó. Está contigo e te transforma. Não há nada mais forte do que as mudanças trazidas por um filho. E tudo só se torna completo quando você assume essa força que a maternidade é. Quando você entende que ser mãe é um ato solitário. Que carregar, parir e amamentar é algo que só você pode fazer. E que, mesmo depois que os filhos crescem, a livre demanda do amor continua.

Enquanto a gente passa tempo tentando encaixar todo mundo num relacionamento saudável e sincero com as crianças, em uma tentativa de continuarmos sendo mulheres que têm seus sentimentos e desejos, os filhos crescem. A gente tenta envolver pai, avôs e avós, tios, primos, madrinhas e padrinhos e, até mesmo, nossos amigos no convívio com nossas crias. Mas quando a gente descobre que o que precisamos é cultivar o relacionamento da gente mesmo com os filhos, há uma libertação.

Eu tenho fortalecido meus momentos com minhas filhas. Temos sido nós três no cinema, em viagens, no teatro, no supermercado, na lição de casa, nos estudos para as provas. Temos sido eu e elas em um relacionamento de total confiança, respeito e cumplicidade no qual a gente se joga junto em qualquer tipo de aventura.

Isso faz com que minhas meninas entendam que ser três é o que a vida preparou para nós. Com brincadeiras só nossas, leituras, piadas, discussões de problemas e debates políticos. Eu e minhas meninas somos uma trinca perfeita que eu jamais imaginei formar na vida.

E isso não significa que estou afastando minhas filhas do convívio com outras pessoas tão importantes quanto o pai, os avós, os amigos e os diversos adultos que as amam. Significa apenas que, quando a gente acolhe a condição de mãe como a única dessa existência após o nascimento dos filhos, a gente cresce. A gente vira mãe com “M” maiúsculo. A gente fica forte. É preciso assumir nossas limitações para que a fortaleza se instale.

Depois que eu encarei de frente essa minha condição, sem lamentar o fato de que eu trabalho ou de que estou exausta em grande parte do tempo, eu abri um mundo de possibilidades, que me dá orgulho de ser quem sou.
 

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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