É difícil quando os filhos crescem, se tornam independentes e nos dão apenas tchau da janela
Tenho saudade das minhas bebês gordas e sorridentes
Nutrimos impaciência e queremos ver o tempo passar. Queremos que cresçam, parem de chorar e de acordar de madrugada. E quando crescem, parece que não estávamos preparadas. Tenho saudade das minhas bebês gordas e sorridentes, que só sabiam chorar, sorrir, mamar e sujar fraldas.
Tenho saudade do apego diário antes de entrar na escola e das dificuldades para segurar o lápis. Tenho saudade da lambuzeira na hora de comer e das brincadeiras na banheira. Tudo isso, que parecia tão exaustivo, passou.
Peço para Laura segurar firme no corrimão da escada e ela diz que não precisa, pois não se desequilibra. Sei que as bebês inseguras ainda estão ali, mas percebo-as se despedindo de mim. Como nos dias de excursão da escola.
Sobem no ônibus, independentes, ao lado dos amigos, e me dão o tchau da janela, dizendo que me amam –e que é para eu parar de fazê-las passar vergonha. Partem sorrindo, seguras de si. Porque os filhos partem, deixando o nosso coração partido. E olha que ainda estou falando só das excursões da escola!
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