Colo de Mãe

Mãe também surta: fico triste ao dar bronca, mas esse é um jeito de educar

Sei que minhas filhas vão saber que, como mãe, sou humana

Desenhos sobre a Copa do Mundo, de Kamilly França de Almeida, do 9º ano, e Julia Letícia Barbosa, do ensino médio, vencedoras do concurso do CPP (Centro do Professorado Paulista)
Desenhos sobre a Copa do Mundo, de Kamilly França de Almeida, do 9º ano, e Julia Letícia Barbosa, do ensino médio, vencedoras do concurso do CPP (Centro do Professorado Paulista) - Divulgação
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​Ter filhos não é fácil. Ter filhos e trabalhar é ainda mais difícil. Ter filhos, trabalhar e não ter nem faxineira é tipo correr uma maratona de 10 quilômetros todos os dias. Ter filhos, trabalhar, não ter nem faxineira e dar plantões aos domingos é pesadíssimo. Mas ter filhos, trabalhar, não ter nem faxineira, dar plantões aos domingos e cobrir eleição é uma receita infalível para perder a paciência.

E foi o que aconteceu comigo três dias depois das eleições. Em geral, tento ser uma mãe bacana. Como acredito muito em democracia e participação popular, ouço as meninas com muita frequência, debato, entendo os motivos e tomo minhas decisões.

O local do debate é a praça pública de casa: nossa sala de estar. Elas falam, criticam, resmungam, contestam a hora de dormir e os motivos de terem que escovar tanto os dentes, mas a decisão final é sempre minha. E quando baixo meus decretos, a elas cabe apenas cumpri-los. Sempre há resistência e uma tentativa frustrada e frustrante de não cumprirem as regras.

Foi o que ocorreu na quarta-feira. A combinação já descrita no início deste texto me levou a explodir. Minutos depois, com o caos instalado, parei e respirei. Para a pequenina, pedi desculpas e nos acertamos. Ela disse que fará o que eu pedi, pois o que está em jogo é se poderá ou não ir à festa de uma amiguinha.

Já no caso da mais velha, a coisa não fluiu tão bem. A minha tentativa era de que ela me pedisse desculpa, mas como está crescendo, fica difícil dizer essa palavrinha. Conclusão: conversei, mandei refletir e defini como corrigir o comportamento. Vou ter que tirar o celular por um tempo.

Sei que tomar decisões que as desagradem e ser firme é o caminho para a educação. No entanto, confesso que saio arrasada depois dos embates. E me entristeço.

No fim, descubro que tudo isso faz parte. Surtar também. Se elas vão entender que era o melhor, não sei. Mas tenho certeza de que vão saber que, como mãe, também sou humana.

PASSEIO

Quem gosta de contato com a natureza, mas não quer ir muito longe encontra uma boa opção em Atibaia (65 km de SP). Na Estação Atibaia, é possível levar as crianças para andar de maria-fumaça, plantar, brincar e conhecer vários animais no evento Expresso Kids, que ocorre hoje, das 10h às 18h, na avenida Jerônimo de Camargo, 6.308.

A convite, a coluna “Colo de Mãe” esteve no local, que tem 220 mil m2. Na própria estação, há um espaço com food trucks, restaurante e circo. Lá também ocorrem as oficinas de artesanato, e as mães com filhos menores encontram estrutura para amamentar, trocar fralda e esquentar papinha.

De maria-fumaça, chega-se a outro espaço, com as outras atrações. Ingressos por R$ 55 (adultos) e R$ 75 (crianças), no site www.expressokids.com.br. Na portaria, custam R$ 60 e R$ 80. Criança até 1 ano e 11 meses não paga.
 


 

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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