Livro 'Asiáticos Podres de Ricos' narra sem pudores desbunde dos milionários asiáticos tradicionais
Vale a pena ler antes de ver a adaptação para os cinemas
Sucesso internacional que inspirou o filme (febre nos Estados Unidos, deve estrear no Brasil em novembro), o livro “Asiáticos Podres de Ricos” (R$ 49,90, 490 págs., Record), do cingapuriano-americano Kevin Kwan, proporcionou um feito louvável: abriu as portas para uma megaprodução estrelada por um elenco completamente asiático (fazia 25 anos que isso não ocorria).
E nem por isso deixou de ser um dos longas mais aguardados do ano: tem a expectativa de agradar a espectadores de todas as origens.
A trama (primeira de uma trilogia) atrai justamente por chocar o leitor com curiosidades de como vivem os cidadãos mais abastados do mundo. Nela, o público tem a chance de conhecer esse universo ao mesmo tempo em que a simpática professora universitária de classe média americana Rachel Chu (Constance Wu, no longa).
Mocinha da história, essa jovem de ascendência asiática não é nada rica. Como a maior parte dos leitores, Rachel tem uma surpresa ao viajar para conhecer a família do namorado, Nicholas Young, em Cingapura. Os dois estão juntos há dois anos e dividem um apartamento em Nova York. Nesse período, contudo, Nick jamais deixou transparecer a fortuna de seus ancestrais.
A forma com que o personagem foi criado, de modo a não se preocupar com dinheiro (afinal, ele está ali mesmo e não vai acabar nunca), é um dos pontos explorados pelo autor. Nick chega a parecer ingênuo ao tentar esconder seu dinheiro simplesmente fingindo que ele não existe.
Seu mundinho plebeu de mentira logo começa a ruir quando Rachel embarca com ele na primeira classe de um avião para conhecer a família e os amigos do namorado, em Cingapura. O passeio é seguido por deslocamentos apenas de jatinhos particulares e logo a professora começa a entender onde se meteu.
Sim, Nicholas é um dos solteiros mais ricos do país, filho único, nunca havia lhe contado nada disso e parece não se dar conta do quão surreal é seu estilo de vida.
Toda a extravagância de ambientes e o desbunde gastronômico, narrados em tom satírico, só não chocam mais do que o caráter da mãe de Nick, que faz de tudo para separar o filho de uma pretendente que não tem o costume de abastecer seu guarda-roupa nas melhores lojas de grife de Paris.
Nesse sentido, a obra acerta ao retratar os conflitos das famílias asiáticas quatrocentonas com o estilo dos novos-ricos e o ritmo de vida modernos, tema comum aos 20 idiomas para os quais os livros de Kevin Kwan já foram traduzidos.
Há páginas em que dá para rir. Já em outras a vontade é chorar. Logo Rachel se vê no centro de uma rede de intrigas ambientada das luxuosas coberturas de Xangai às ilhas particulares do mar da China. Não é à toa que a tradução literal do título em inglês é "asiáticos loucos e ricos".
A narrativa é caricata e cheia de clichês, mas tem a seu favor o fato de expandir o universo da história ao relatar a trama a partir do ponto de vista de diversos personagens.
RAPIDINHAS
Suspense onde nunca é noite
Já “O Sol da Meia-Noite” (R$ 37,90, 224 págs., Record) deve agradar mais aos fãs de tensão e policial. O novo livro do sucesso norueguês Jo Nesbo é sequência de “Sangue na Neve” e se passa em uma cidade nórdica onde o sol nunca se põe. É lá que um traficante decide se esconder -em vão.
Globo relança livro lendário
Obra-prima que deu origem ao filme de mesmo nome dos anos 1990, o livro “Tomates Verdes Fritos” (R$ 49,90, 434 págs., Globo) ganhou uma nova edição. Boa oportunidade para quem ainda não conhece a trama, que encantou gerações ao falar de bela história de amizade com quebra de preconceitos.
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