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Cinema e Séries
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Televisão LGBTQIA+

Caravana das Drags erra e acerta ao falar sobre o universo LGBTQIA+

Reality apresentado por Xuxa estreia nesta sexta-feira (14) e coloca drags em provas inusitadas

Xuxa Meneghel e Ikaro Kadoshi, e as participantes Chandelly Kidman, DesiRée Beck, Enme, Frimes, Gaia do Brasil, Hellena Borgys, Morgante, Ravena Creole, Robytt Moon e Slovakia na coletiva de Caravana das Drags - Webert Belicio 4.abr.2023/AgNews
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São Paulo

Caravana das Drags, reality do Prime Vídeo que estreia nesta sexta-feira (14), acerta e erra em diversos momentos. As apresentadoras Xuxa Meneghel e Ikaro Kadoshi, bem como as participantes, vêm enaltecendo a importância da produção, que fará o público conhecer melhor a cultura drag e suas especificidades em cada canto do Brasil.

No entanto, nem tudo é um mar de rosas —há alguns problemas sérios de produção, que são perceptíveis logo no episódio de estreia, disponibilizado em primeira mão para a imprensa. Após as rápidas apresentações das dez artistas drag brasileiras que disputam o título de "Soberana da Caravana", o primeiro desafio incomoda: todas elas são levadas para o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, onde irão disputar uma partida de futebol.

A proposta fica evidente —de fazer um belo contraponto entre um esporte tradicional e marca do Brasil, muito mais ligado ao gênero masculino, com as drags, todas montadas como mulheres. Ainda assim, fica perceptível o quanto algumas candidatas ficam incomodadas de tirarem seus adereços todos, vestirem bermudas e correrem atrás de uma bola.

Nem todas ali se dão bem durante o jogo, evidentemente, que vale uma vantagem para a melhor jogadora em campo na segunda prova do episódio. Mesmo assim, os comentários de Ikaro e de Xuxa conseguem amenizar esse choque entre os mundos esportivo e artístico.

BATE-CABELO

O segundo desafio do primeiro episódio de Caravana das Drags é mais na praia das candidatas ao prêmio: um torneio de bate-cabelo, movimento surgido na década de 1980, inspirado nos roqueiros. As drags precisam ficar rodando a cabeça ao som de uma batida forte (normalmente, vence quem aguenta mais tempo).

No entanto, a dinâmica é um pouco diferente no reality: em vez de maior tempo batendo os fios, a performance no palco conta pontos extras. Ou seja, as drags ali ficam em dúvida sobre estar, em um momento, girando sem parar e, outros, em entregar sua energia e brilho para a pequena plateia.

Para completar essa sensação de "o que é para fazer mesmo?", a música é a mesma para todos os números: "It's Not Right, But It's Okay", clássico de Whitney Houston em sua versão remix lançada em 2019.

Quem participa da prova, até deve pensar que foi justo, por todas estarem com a mesma faixa na apresentação. Para quem assiste, é um completo tédio. Ainda bem que as caras de Nicole Bahls, jurada convidada nesta etapa, e os comentários de Xuxa equilibram a sensação de tempo perdido. Teria sido melhor, sem dúvidas, colocar uma música diferente para cada performance.

Ao fim do primeiro episódio de Caravana das Drags, a sensação é de que, mesmo com alguns erros, o reality é um baita acerto da plataforma ao promover e apresentar a cultura drag de forma direta, com candidatas que merecem estar ali, falando sobre a cultura LGBTQIA+ de forma solta e próxima. A dúvida que fica é se os desafios que vêm a seguir são mais dignos.

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