'Rensga Hits': Alice Wegmann diz que sucesso não cai do céu nem do TikTok

"Desatola, Bandida" é a música que promete grudar na cabeça de todo mundo que assistir à série "Rensga Hits", que estreia no Globoplay na quinta-feira (4). A composição de Raíssa Medeiros, personagem de Alice Wegmann, será roubada e acabará sendo gravada por outra pessoa.

A história, que se passa em Goiás, vai tratar da busca pelo reconhecimento no universo sertanejo. Na trama, após uma desilusão amorosa, a moça sai da cidadezinha minúscula onde mora e vai para a capital para realizar o sonho de viver de sua música.

Wegmann, que canta de verdade na série, diz que não tem intenção de se lançar como cantora, mas conheceu muito dos bastidores da indústria no processo de preparação e tem um aviso para quem quer seguir esse caminho. "Tem que comer muito arroz com feijão para chegar em algum lugar", afirmou em bate-papo com a imprensa, nesta terça-feira (2).

"Existe TikTok, Instagram, tem pessoas que viralizam, muitas vezes alguém dá uma sorte, mas, na maioria das vezes, os artistas têm muito trabalho por trás para fazer a música chegar no coração das pessoas", contou. "Uma carreira tem que ser construída a longo prazo."

Ela lembrou que conheceu muitos profissionais da área e percebeu que o sucesso cair do céu não é algo comum de acontecer. "Tivemos pessoas muito talentosas com a gente, que participaram da construção para a gente encontrar essas cantoras e cantores dentro da gente, e é muito louco ver o tanto de energia que eles colocam para aquilo acontecer", disse.

Cantar, no entanto, não esteve entre os perrengues que ela disse ter vivido nas gravações. "A Bandida foi o que mais deu trabalho nessa série", revelou sobre o carro velho de Raíssa, que inclusive dá nome à música da personagem.

Ela contou que chegou empurrar o veículo até uma ladeira para que ele pegasse em uma cena. "Eu sou um pouco apreensiva na direção, tive que dirigir com três pessoas da equipe na BR, então ia pensando: 'Se eu morrer não tem problema, só não quero matar alguém'."

​AMIGAS E RIVAIS

A rival de Raíssa é Gláucia, que também está sendo lançada como cantora sertaneja e que é com quem acaba parando a música roubada de Raíssa. A personagem é vivida por Lorena Comparato, que analisa que as duas personagens tem pontos em comum. "É tipo vinho e suco de uva, vem do mesmo lugar, mas são completamente diferentes", comparou.

Para a atriz, existe uma "tentativa patriarcal da competição feminina" entre as duas personagens, mas ela diz que não a considera vilã, apenas alguém que passou por tristezas muito grantes e sem referencial de potência feminina. "O legal é mostrar que elas têm energias opostas, mas podem caminhar juntas", avaliou.

A empresária de Gláucia é Marlene, papel de Deborah Secco. Ela é dona da Rensga Hits, uma espécie de gravadora especializada em talentos do sertanejo. A princípio, a empresária não sabe que está lançando a nova pupila com uma música que não é dela.

Assim como entre as pupilas, também há rivalidade entre Marlene e Helena Maravilha, esta última vivida por Fabiana Karla. As duas cantavam juntas, como dupla, mas acabaram se desentendendo. Hoje, Helena é dona da Joia Maravilha Records, principal concorrente da Rensga.

"Sempre olhei a Helena Maravilha como uma mulher forte, poderosa, que sabia muito bem o que queria, mas não sabia que era capaz de passar por cima de tudo e de todos para conseguir seus objetivos", adiantou Fabiana. "Marlene tenta tomar os meus talentos e eu tento tomar os delas, mas eu sou mais suja do que ela."

As duas atrizes também visitaram uma empresa como a que elas comandam na ficção e se disseram impressionadas com o processo de criação musical. Secco disse que eles chegam a compor quatro músicas por dia. "É uma coisa que é natural para eles, tem uma tiração de pedido mesmo", explicou Fabiana. Achei incrível ver o processo de feitura das músicas."

Rafa Kalimann, que faz uma participação como a influenciadora Paloma, disse ter ficado feliz com a possibilidade de atuar em um projeto que se aprofundou tanto em um universo que ela conhece tanto quanto o sertanejo. "Sentia falta de ver isso representado, principalmente das mulheres fazendo sucesso, que foi algo que só começou a aparecer mais recentemente", observa. "Eu tive o prazer de ver isso acontecer com algumas amigas."

Para ela, foi bonito ver as colegas de elenco capturando a essência do povo goiano de forma que ela considera respeitosa. "Me dediquei muito a viver essa experiência, pela Paloma, pela Rafa, mas muito pela minha raiz, pela minha cultura, que estou vendo ser mostrada de forma tão bacana", comemorou.