'Pretty Little Liars' vira terror adolescente em versão com novas protagonistas
Roberto Aguirre-Sacasa, de 'Riverdale', comenta como criou 'Um Novo Pecado'
Roberto Aguirre-Sacasa, de 'Riverdale', comenta como criou 'Um Novo Pecado'
Quando estreou em 2010, a série "Pretty Little Liars" chegou a ser descrita como uma versão para adolescentes de "Desperate Housewives". Ao longo de sete temporadas, a vida aparentemente perfeita das protagonistas sofria uma derrocada quando alguns de seus segredos mais obscuros vinham à tona, após o desaparecimento de uma das cinco amigas.
Na nova série da franquia, "Pretty Little Liars: Original Sin" (ou "Um Novo Pecado", na tradução brasileira), que estreia na quinta-feira (28) na HBO Max, outros elementos são adicionados à premissa. Também estão lá as mensagens ameaçando expor coisas que elas prefeririam que ninguém soubesse, mas agora as novas "mentirosas" precisam escapar de um assassino misterioso e mascarado que as está perseguindo.
O criador Roberto Aguirre-Sacasa confirmou ao F5 que a ideia foi trabalhar um gênero diferente na nova produção. "Acho que a série original tinha mistério, drama e romance, mas agora nós estamos fazendo uma série de terror", afirma.
A inspiração foi o "slasher", subgênero em que as vítimas são perseguidas (e mortas violentamente) por um assassino misterioso e muitas vezes mascarado. "O original flertava com isso e tinha alguns elementos de terror, mas nós quisemos trazer um vilão realmente aterrorizante e referências a filmes como 'Sexta-Feira 13', 'Halloween', 'A Hora do Pesadelo' e 'O Massacre da Serra Elétrica'."
"A ideia era honrar e celebrar a série original, mas tentar encontrar as nossas próprias cores, o nosso próprio tom", explica. "Amamos a série original, somos fãs dela. Não estamos tentando fazer um remake ou um relançamento, estamos falando de novas garotas em outra cidade e fazendo do nosso jeito."
Na trama, as cinco novas protagonistas (vividas por Bailee Madison, Chandler Kinney, Zaria, Malia Pyles e Maia Reficco) sequer são amigas, mas o destino acaba as unindo. O que elas não sabem é que, há 20 anos, as mães de cada uma delas esteve envolvida em um evento trágico na pacata cidade de Millwood, onde moram, e que agora elas estão sendo cobradas por isso.
"Uma das melhores e mais divertidas ideias dessa versão é ter essas meninas no presente e saber que as mães delas fizeram algo quando eram adolescentes e estavam na escola em 1999", conta Aguirre-Sacasa. "Temos o mistério no presente e um segredo envolvendo um ato de violência e crueldade no passado, que essas garotas estão tentando solucionar."
Esse embate entre gerações é proposital. "Elas vão acabar conhecendo as próprias mães de um modo que não conheciam antes", antecipa. "Acho que tem algo de universal quando um adolescente está ficando mais velho e começa a ver os pais de forma diferente, como seres humanos. Achamos que essa seria uma metáfora boa para a série e desenvolvemos dois arcos, o do passado e o do presente, que se desenvolvem ao mesmo tempo."
O criador, também responsável por sucessos como "Riverdale" e "O Mundo Sombrio de Sabrina", acredita que essa universalidade é que faz as produções voltadas para adolescentes terem grande repercussão em todo o mundo. "Quando você está passando da infância para a idade adulta, você experimenta muitas coisas pela primeira vez, as sensações são muito fortes", lembra. "Acho que isso é algo com o que todo mundo pode se relacionar."
Aliás, ele conta que pesquisou muito esse universo quando estava preparando a primeira temporada de "Riverdale" e que uma das séries que assistiu na época, para se inspirar, foi justamente "Pretty Little Liars". "Acho que não existiria 'Riverdale' sem 'Pretty Little Liars', é tudo parte de um contínuo de séries adolescentes que se conectam de alguma forma. Para mim, parece um desses momentos em que o círculo se fecha."
Depois que o chamaram para estar à frente dessa nova trama da franquia, ele se aprofundou nos livros e na narrativa da série original, e disse que entendeu por que havia recebido o convite. "Riverdale, Millwood e Rosewood, onde se passava a série original, todas fazem parte de um mesmo universo", garante.
Aguirre-Sacasa diz que, em um primeiro momento, o foco são as novas histórias e personagens, mas que ainda nesta temporada os fãs da série original vão perceber algumas pequenas homenagens escondidas aqui e ali. "Não posso estragar a surpresa, mas posso dizer que definitivamente essa série tem conexão com a original", conta.
Perguntado se há possibilidade de participação das atrizes que protagonizaram a série original, ele diz que as portas estão sempre abertas. "Espero que todas elas saibam que ficaríamos muito felizes de recebê-las em Millwood, então fica o convite", finaliza.
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