Com Mariana Ximenes, filme 'L.O.C.A.' usa humor para discutir limites no amor
Longa é produzido, dirigido e protagonizado por mulheres
Longa é produzido, dirigido e protagonizado por mulheres
Quem nunca se deparou com um boy lixo na vida ou viu uma amiga com dificuldades de se livrar de um? Há também as situações em que, apesar de todo o caráter tóxico da relação, a mulher é chamada de louca pelo parceiro. A comédia “L.O.C.A.”, que estreia neste domingo (15) no Telecine Premium, é um filme sobre essas mulheres e seus limites.
O longa conta a história de três mulheres diferentes, mas com algo em comum: relacionamentos que não funcionam. Elas acabam se conhecendo em uma reunião da L.O.C.A. (Liga das Obsessivas Compulsivas por Amor), onde compartilham seus dramas, e decidem se unir para colocar fim a seus relacionamentos tóxicos. Mas antes disso vão extrapolar todos os limites para se vingar dos homens que as fazem sofrer.
Repórter de uma revista feminina, Manuela (Mariana Ximenes) se envolveu com seu professor de mestrado Carlos (Fábio Assunção), que arruma desculpas para não assumir o relacionamento. Rebeca (Roberta Rodrigues), por sua vez, já perdeu a paciência com as traições do parceiro Jorge (Érico Brás) a ponto de partir para violência.
Um pouco diferente é a história da delicada Elena (Debora Lamm), uma enfermeira que é casada com o tranquilo motorista de ônibus Edson (Luis Miranda). Ao contrário dos outros, Edson não enganou Elena, mas ela decide antecipar a vingança porque tem certeza de que ainda será traída.
Mas o plano de Elena extrapola todos os limites, e as três amigas acabam presas. “Quando ela parte para esse lugar de honra, da vingança feminina, acho que ela tenta pagar uma dívida ancestral às bruxas que foram queimadas na fogueira. Ela vai para os primórdios”, opina Debora Lamm.
Mariana Ximenes diz que foi uma delícia fazer parte desse grupo de mulheres furiosas. Para ela, as personagens apenas extrapolam o que as mulheres da vida real gostariam de fazer, mas não podem.
“Não é moral, não é ético, a gente não pode fazer certas coisas. Mas nossas personagens da ficção têm essa brincadeira e podem extrapolar, a gente está vivendo na ficção. A gente se espelha e se diverte com isso, mas é ficção”, diz, rindo.
Produtora do longa, Carolina Jabor diz que a comédia discute os limites nas relações amorosas. “O filme é sobre mulheres fortes, que explodem porque não aguentam mais relacionamentos abusivos e partem para tomar providências. Às vezes, em alguns casos, extrapolam a razão”, afirma Jabor.
A diretora Claudia Jovin, que também assina o roteiro, conta que memes na internet também serviram de inspiração. Segundo ela, as histórias de amor foram mudando com a evolução da discussão sobre feminismo, e as mulheres hoje sabem o que não é tolerável em uma relação.
Na avaliação da diretora, o filme desfaz o mal causado por comédias românticas, que criaram no imaginário das mulheres os conceitos de amor ideal e alma gêmea. Segundo Jovin, o longa mostra uma história de amor torta e desencontros. “Nenhuma história de amor é perfeita, você sempre tem altos e baixos, mas essa tem mais baixos que altos.”
Para o ator Luis Miranda, é importante levar para o cinema o debate sobre relações abusivas, e o gênero da comédia serve bem ao propósito. “O cinema é arte, vida, e precisa ser celebrado. Que cada vez mais mulheres produzam e façam filmes de mulheres, sobre mulheres e para mulheres. A energia do set com elas é incrível, é outra coisa.”
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