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Cinema e Séries

Vanessa Giácomo diz que 'Filhas de Eva' é sobre atitudes: 'Teria coragem de mudar?'

Renata Sorrah afirma que série passa mensagem de 'ir atrás dos seus desejos'

Stella (Renata Sorrah), Lívia (Giovanna Antonelli) e Cléo (Vanessa Giácomo). Estevam Avellar/Globo

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São Paulo

"Filhas de Eva" é a nova série de comédia dramática do Globoplay, que estreia nesta segunda-feira (8). Assinada por Martha Mendonça e Nelito Fernandes, os 12 episódios se encaixam com o momento em que o projeto vai ao ar, o Dia Internacional da Mulher. A trama gira em torno da vida de quatro mulheres que vivem questões de independência, autoestima, sororidade, e querem fugir dos padrões impostos a elas.

"Terminamos 'Filhas de Eva' em janeiro, estava começando a falar sobre o coronavírus", diz Vanessa Giácomo, 37, sobre as gravações do projeto criado pela roteirista Adriana Falcão. "Ficamos sem saber para quando seria [o lançamento], e acabou vindo em uma data muito especial: dia 8 de março, veio a calhar!", acrescenta a atriz, que interpreta Cléo na série.

Na dramédia, acompanhamos Stella, vivida por Renata Sorrah, 74, que pede divórcio do seu marido bem-sucedido, Ademar (Cacá Amaral), durante a festa de 50 anos de casamento. A filha única do casal, Lívia, interpretada por Giovanna Antonelli, 44, também tem problemas em seu relacionamento, muitas vezes tóxico, apesar de ela ser uma terapeuta especializada em relações.

“Ela é uma mulher cheia de amarras emocionais”, afirma Antonelli sobre Lívia, em coletiva virtual de imprensa. A artista diz que é um baque para a personagem ver que sempre teve um relacionamento que não funcionava bem. "Ela não vê o marido como ele é, mas como ela desejaria que ele fosse."

Debora Ozório, 24, tira do papel Dora, filha de Lívia, uma jovem feminista que apoia a forma com que a avó e a mãe levam a vida. Fora do círculo familiar está Cléo, que desenvolve uma amizade com Lívia após fazer o bolo da festa de 50 anos de casamento de Stella.

Giácomo afirma que, além das questões ligadas ao feminismo, a série aborda mudanças e muita coragem. "O que você mudaria na sua vida? Você teria coragem de mudar sua vida?", indaga a atriz sobre a mensagem que a série quer passar. Para ela, isso irá causar identificação no público porque “tivemos que mudar a nossa vida da noite para o dia por causa da pandemia”.

Sua personagem Cléo, a "guia do fundo do poço". Completamente perdida, ela quer casar, construir uma família e ter um emprego. "Ela é essa mulher que leva tudo com alegria e supera os traumas porque não tem outra escolha", diz a artista ao mencionar que a personalidade de Cléo reflete até no figurino.

"Fiz um cabelo Rock n' Roll e a roupa era hippie, misturado com qualquer coisa menos isso", diz Giácomo, tom de brincadeira. Já quanto a sua amiga, Lívia, ela reforça que apesar de ser uma mulher bem-sucedida, a terapeuta de casais "endeusa o casamento dos pais" e isso a prende ao seu relacionamento. "Lívia é uma mulher cheia de padrões, e a sua filha adolescente vem para a libertar."

A personagem central da trama, a "heroína" como Giácomo diz, é Renata Sorrah. A atriz veterana, por sua vez, afirma Stella é uma mulher que aceita que precisa mudar: "Ela diz eu vou". Ela não está feliz e quer encontrar a resposta de quem ela é, mesmo após tantos anos. "Stella não se separou porque se apaixonou por outra pessoa, mas pode acontecer."

Renata Sorrah afirma que a mudança sempre esteve presente em sua vida. Ela diz que decidiu ser atriz enquanto cursava psicologia e foi chamada para entrar no TUCA (Teatro Universitário Carioca). "Acordei como uma estudante do segundo ano de psicologia e dormi com todas as janelas abertas." Para ela, atuar está na sua história: "Esse é o meu destino até hoje, 50 anos depois."

"Filhas de Eva" mostra quatro gerações de mulheres. “Uma troca de pessoas contemporâneas”, diz Sorrah. "Concordo com Renata quando ela diz que aprendemos a cada dia com esse novo olhar, com o diferente", diz Giácomo, ao ressaltar que aprende com sua filha, Maria, de seis anos. "Quando eu a vejo, eu sempre tento reforçar para ela todas as qualidades que nós mulheres temos."

A série "Filhas de Eva" deixa um recado sobre a pandemia de Covid-19 e como é necessário se falar sobre. “Estamos a um ano vivendo uma tragédia”, diz Renata Sorrah, e Antonelli reforça: “Não imagino um ‘depois da pandemia’. Sei que vamos chegar lá, mas ainda não consigo visualizar”, por fim ela diz que “todo cuidado é pouco.”

Os autores Martha Mendonça e Nelito Fernandes afirmam que a inspiração da série veio quando a mãe de uma amiga resolveu se separar, em torno dos 70 anos. "Achamos a história supercuriosa. Conhecemos casais que se odeiam e que passam o tempo todo brigando. Mas por que estão juntos até hoje? Quando estávamos discutindo sobre que série poderíamos fazer, Martha lembrou dessa história e o que isso causa na família", diz Fernandes ao GShow.

"Estamos contando histórias de mulheres. Mas, inicialmente, a personagem principal da série, Estela, se chamava Eva. Mas ao longo da composição da história, ela acabou tendo uma filha só. Aí ficou essa história de Filhas de Eva, mas Eva tem uma filha só, aí a gente manteve o título, mas mudamos o nome da personagem principal”, diz Martha. "Elas (as personagens principais) se completam porque, apesar dos três perfis diferentes, elas querem se reencontrar", diz o diretor artítico Leonardo Nogueira .

Com um enredo sobre, acima de tudo, liberdade, a série promete leveza, identificação, risadas e choros. O público poderá acompanhar os erros e acertos das personagens. Para Antonelli, o sentimento que fica é o de aproveitar cada dia e, apesar dos problemas, tentar fazer atividades que tragam felicidade. "Nós não sabemos se estaremos vivos amanhã."

Quanto ao Dia Internacional da Mulher, Antonelli brinca que “um é pouco”. "O Dia da Mulher deveria ser todo dia, nós somos ‘sinistras’”, diz a atriz. Giácomo afirma que a mensagem que deixa é para todas as mães de meninas: “Temos que deixar a vida ser mais leve para as nossas futuras gerações entenderem a importância de hoje as mulheres estarem mais ‘donas de si’ e autoconfiantes.”

Sorrah diz que a mensagem que quer deixar, diariamente, é sobre “ir atrás dos seus desejos”. Para a atriz, as mulheres conquistaram muitas coisas e ainda conquistam, em todos os âmbitos. "Estamos andando, e eu penso que ainda tem muito para andar, mas estamos andando."

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