Leandro Hassum se inspira em políticos atuais em sequência de 'Candidato Honesto'
Longa conseguiu tirar proveito de inúmeros fatos políticos da vida real
Em pleno período das eleições, o ator Leandro Hassum estreia na próxima quinta (30), em 500 salas de cinema pelo Brasil, o filme “Candidato Honesto 2”, continuação do longa de 2014. Produzido no fim do ano passado, o longa está repleto de referências a acontecimentos recentes da política brasileira, como as investigações da Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e as delações premiadas.
Com personagens e falas que são simples de relacionar à realidade por quem acompanha minimamente política, Hassum espera fazer rir e, quem sabe, provocar reflexão. “Fazemos comédia para divertir, é humor popular. Não é obrigatório ter um posicionamento político depois de ver o filme, mas, se a pessoa tirar alguma moral dele, vai ser legal também”, afirma Hassum.
O primeiro longa, que teve 2,3 milhões de espectadores, contou a história de João Ernesto (Hassum), político corrupto que de repente fica sincero e confessa seus crimes. Neste longa, João sai da prisão, ainda de tornozeleira e mais magro, após agruras do cárcere –o que justifica o emagrecimento do ator na vida real.
Na falta de candidatos, o político Ivan Pires (Cassio Pandolfh) –que é, de fato, um vampiro– sela aliança com João, que acaba virando candidato a presidente. “A gente não usar os nomes reais já é forma de pegar leve, mas também não dá para fazer comédia sem nenhuma referência”, diz Hassum. Pandolfh se inspirou no vampiro clássico. “É sedutor, domina, conquista e tira proveito disso.”
LONGA RECHEADO DE REFERÊNCIAS
O filme “Candidato Honesto 2” faz referências à vida real que vão além da política. João Ernesto (Leandro Hassum), candidato à Presidência no longa, participa de entrevistas como a do programa Roda Viva (TV Cultura), fala a uma rádio bem semelhante à Jovem Pan e sai na capa de uma revista de dimensão nacional como a Veja –todos veículos citados com nomes diferentes.
Já Ivan Pires e a presidenta são referências a políticos que dispensam explicações. O primeiro debate do filme parece inspirado no que ocorreu no início do mês –embora o longa já tivesse sido gravado. Segundo Hassum, a cada novo acontecimento, dava vontade de mudar a produção.
“Chegou uma hora que tivemos de fechar, porque senão ia virar 'Os Lusíadas'”, brinca o ator, referindo-se à clássica epopeia da literatura portuguesa. “Nossa sorte é que temos Pai Paulo Cursino de Olodum como roteirista”, brinca, sobre Paulo Cursino. “Ele tem visão extraordinária do que vai acontecer. No primeiro filme, ele citou a Petrobras, sem nem sabermos do escândalo.”
Hassum lembra ainda das referências cinematográficas no longa. “Usamos o ‘Cabo do Medo’ [1991] e ‘Planeta dos Macacos’, de 1974.” Como presidente, João ensaia passos da cena de “O Grande Ditador” (1940), de Charles Chaplin.
AMANDA REPRESENTA O POVO, DIZ ATRIZ
Em “Candidato Honesto 2”, a atriz Rosanne Mulholland faz o papel da jornalista Amanda, desempenhado por Luiza Valdetaro no primeiro filme. De tão indignada, Amanda acaba se envolvendo com a política. “A minha personagem é aquela com a qual o público se identifica. As pessoas tendem a achar que, se elas forem verdadeiras e se mexerem, as coisas vão acontecer, mas, no caso da Amanda, ela acaba se frustrando”, conta Rosana.
A atriz faz cenas mais sérias ao lado de Hassum, com longos trechos bem-humorados. “Ele improvisa muito, mas eu fui forte e segurei as risadas”, diz Rosane. Em uma delas, Hassum faz, de improviso, uma piada sobre a novela “Carrossel” (SBT), em que Rosanne foi a professora Helena. “Ele soltou ‘um Carrossel de emoções’. Não aguentei.”
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