Arlindo Cruz aparece de surpresa e desfila em cadeira de rodas na X-9 Paulistana
Sambista, que se recupera de um AVC, apareceu de cadeira de rodas em um carro alegórico
Arlindo Cruz desfilou pela X-9 Paulistana, escola que o escolheu como homenageado, na madrugada deste sábado (2), no sambódromo do Anhembi, em São Paulo.
Contrariando o que a família havia divulgado nesta sexta (1º), de que apesar da liberação de médicos que o acompanham, o sambista não desfilaria, Arlindo Cruz apareceu de surpresa no sambódromo em uma cadeira de rodas em um carro alegórico.
O sambista de 60 anos se recupera, no Rio de Janeiro, onde mora com a família, de um AVC sofrido em março de 2017.
No desfile da X-9 Paulistana, o sambista apareceu em uma cadeira de rodas no último carro alegórico, rodeado de faixas com partituras musicais. Já eram quase 6h quando Arlindo Cruz entrou na avenida para ser aplaudido por um público que se animou com sua presença.
Emocionada, Baby Cruz, mulher de Arlindo, afirmou que esse era um momento muito especial tanto para ele quanto o casal. Vestida em homenagem a Orixá Yansã, ela estava em lágrimas no final do desfile e quase não conseguia descrever em palavras por ver o marido participando do desfile da X-9 Paulistana.
“Ele está vivo e ainda tem muito tempo para a gente ser feliz. Se um dia a dor for maior que a minha fé, para mim acabou. O que vou falar? Não tem mais lágrimas para sair", disse Babi Cruz.
A filha de Arlindo Cruz, Flora Cruz, disse que a decisão de desfiar foi tomada "aos 45 do segundo tempo". "Ele merece, isso daqui é dele, é pra ele, e ele tinha laudo e atestado médico dizendo que, sim, ele podia estar aqui com a gente. E ele viajou super bem, a pressão está boa, está tudo certo."
A X-9 Paulistana, agremiação da Parada Inglesa, na zona norte de São Paulo, entrou na avenida do samba com o enredo "O Show Tem Que Continuar! Meu Lugar É Cercado de Luta e Suor, Esperança Num Mundo Melhor".
A escola propôs um desfile passando pelas inspirações, pela trajetória e pelas músicas do sambista Arlindo Cruz.
A cultura africana e a umbanda apareceram sob a forma de túnicas, conchas e espelhos. A favela, local onde Arlindo cresceu e aprendeu samba, apareceu em fantasias modestas, em carro alegórico e na letra do samba. Este que foi cantado por, entre outros puxadores, Arlindinho, filho de Arlindo Cruz.
Ao F5, Arlindinho disse que cantou o samba-enredo para o pai e que chorou de emoção ao ouvir. "Eu cantei o samba-enredo e ele chorou. Fez um sinal de positivo, de aprovação e jogou um beijo."
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