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Celebridades

Milton Neves diz que se arrepende de críticas ao futebol feminino e repete frase machista

Para elogiar, apresentador diz que tem atleta jogando 'que nem homem'

Milton Neves: 'Retiro o que eu disse sobre o futebol feminino, é um esporte interessante' - Rubens Cavallari / Folhapress
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Rio de Janeiro

Faltam duas semanas para o início da Copa do Mundo Feminina, e a seleção brasileira comandada pela sueca Pia Sundhage parece que desta vez vai contar com a torcida de alguém que sempre tratou o futebol feminino com desdém.

Jornalista e apresentador do Grupo Bandeirantes, Milton Neves tinha por hábito ridicularizar o esporte onde houvesse espaço para fazê-lo: na TV, no rádio, nas redes sociais. Sem pena. "A mulher é sublime em tudo, menos no futebol", escreveu ele em 2016, em sua conta no Twitter.

Então treinado por Vadão (1956-2020), o Brasil de Marta, Andressinha, Formiga e Cristiane acabara de ser derrotado pela Suécia nos pênaltis, perdendo a chance de avançar para a final das Olimpíadas do Rio. Milton fez sua graça e classificou o futebol "de muié" como "de lascar". Hoje ele diz se envergonhar disso.

Milton Neves e o tuíte em que desancou o futebol feminino
Milton Neves e o tuíte em que desancou o futebol feminino - Twitter

"Retiro o que eu disse. Errar é uma coisa, insistir no erro é pior ainda", diz, lembrando que foi muito xingado àquela época. "O povo caiu de pau em cima de mim, nossa senhora". O jornalista afirma que agora, sete anos depois, percebeu os bons ventos que sopram (financeiramente, inclusive) para os lados do esporte que lhe inspirou tantas piadas em anos anteriores.

Ele se diz "muito arrependido" de um dia ter jogado contra o futebol feminino. "Finalmente as TVs estão dando espaço para elas, e não só para as jogadoras, mas também para comentaristas, jornalistas....". Milton então ri, diz que ainda há muito o que melhorar, e engata um comentário machista.

"Tem mulher jogando que nem homem", afirma. "Mas o problema são as goleiras, coitadas. É ridículo mulher agarrando". Uma solução seria instalar um gol de dimensões menores na disputa de partidas femininas, propõe, meio à brinca, meio sério.

Mas ele fica sério, sério, mesmo quando volta a falar do arrependimento pelos comentários ofensivos às boleiras durante a olimpíada de 2016. "Minha mulher [Lenice, morta em 2020] hoje está no céu e me chamou a atenção naquela época", diz, com a voz embargada. "Ela ficou triste demais comigo. Retiro tudo o que disse. Tudo."

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