Lucy Ramos lança concurso para roteirista e se prepara para o Super Dança
'Não podemos abaixar a cabeça jamais', diz atriz sobre racismo
'Não podemos abaixar a cabeça jamais', diz atriz sobre racismo
Desde que começou a pandemia, Lucy Ramos, 38, fugiu para o meio do mato. "Nem correio chega aqui. Estou realmente escondida e achando isso maravilhoso", diz a atriz que passa a maior parte do tempo em sua casa perto da cidade de Itu, no interior de São Paulo.
Em 2020, as principais vezes que saiu do seu refúgio foi para participar do Dança dos Famosos, quadro do Domingão do Faustão, em que se sagrou campeã. Agora, em 2021, Lucy volta a deixar o lugar, mais uma vez, pela competição.
"Fico muito feliz. Nunca que eu imaginei entrar no palco do Faustão dançando de novo", afirma. A atriz é uma das concorrentes do Super Dança dos Famosos, disputa que começa neste domingo (16) e reúne 18 finalistas do quadro em uma edição especial —a estreia terá Claudia Ohana, Maria Joana e Mariana Santos.
"É completamente diferente agora, as regras são outras, vai ser mata-mata. Então, é muito mais emocionante", salienta. No ano passado, ela afirma ter se envolvido 24 horas com o torneio. "Não só praticando, mas estudando a teoria para inserir o meu público, que me acompanha no Instagram, a conhecer mais sobre aquele ritmo."
De todas as apresentações, ela aponta a de gafieira como a sua preferida. "Eu me surpreendi muito, porque a gente sabe sambar solto, mas gafieira eu nunca tinha dançado. Achava lindo, mas também muito difícil". Lucy e o professor Reginaldo Sama ganharam seis notas dez do júri pela exibição.
Com tanta dedicação, depois que acabou o Dança, a atriz afirma ter se dado um tempo da prática. Com a nova competição, ela diz que vai despertar o corpo novamente. "A dança faz isso, ela leva a esse movimento."
Por causa da pandemia, Lucy Ramos conta que passou todo o ano de 2020 sem atuar como atriz. O seu último trabalho em novelas foi em "A Dona do Pedaço", de 2019. "Mais de um ano sem exercitar a minha profissão...quero muito voltar, vai rolar até um medinho neste retorno."
Diante dessa vontade e da inquietação como artista e com as incertezas sobre o futuro, ela e o marido, o roteirista e diretor Thiago Luciano, resolveram lançar um concurso para roteiristas. "É uma forma de movimentar, tirar as ideias do papel, fazer girar mesmo", diz.
As inscrições são gratuitas e vão até o dia 13 de junho. O vencedor ganha um prêmio de R$ 3.000. Além disso, o projeto escolhido vai virar uma série para o Instagram, encenada pela própria Lucy Ramos (informações e inscrições aqui).
"Eu e o meu marido ficamos muito nessa inquietação. Eu, como atriz, como posso exercer a minha profissão? Ele, como roteirista e diretor, como pode colocar isso em prática? O que está dentro do nosso alcance? E foi assim que surgiu o concurso", explica.
Além de atriz, Lucy Ramos é influenciadora digital. No seu Instagram, ela soma 1,3 milhão de seguidores. Tem também uma segunda conta, o Segundas Cacheadas, em que dá dicas sobre cuidados com cabelos crespos e cacheados.
De acordo com ela, a proposta da iniciativa vai muito além da estética. É uma forma de falar sobre a importância da representatividade e de fortalecer as mulheres negras. Nos dois perfis, Lucy Ramos fez questão de se posicionar contra o racismo estrutural sofrido por João Luiz Pedrosa no Big Brother Brasil 21, quando o sertanejo Rodolffo Matthaus comparou o cabelo do professor com o usado na fantasia do Monstro de homem das cavernas.
"João, eu senti daqui o grito engasgado que a sua garganta acabou de soltar. Você foi maravilhoso, coerente e torço para que muitas pessoas possam aprender com o que você falou. Foi forte, corajoso e necessário", disse ela à época.
A atriz destaca que toda a discussão levantada pelo programa e pelo discurso de Tiago Leifert sobre o assunto foram muito importantes, mesmo com algumas pessoas não se mostrando abertas a entender e aprender com aquilo.
"O que aconteceu com João é justamente o que muita gente passa aqui fora. E nenhum roteirista conseguiria escrever essas cenas, esse contexto da forma que foi. Só vivendo mesmo para ver. Para algumas pessoas tocou, para outras, infelizmente, ficou no mesmo lugar", diz.
Lucy Ramos define como absurdos os ataques sofridos pela filha de cinco anos de Pocah por causa de posicionamentos da mãe no programa de confinamento da Globo. "Você vê tantas injustiças, tanta coisa. Não é possível, tem uma vitória aqui, e dez derrotas ali. Você fala, caramba, o caminho é longo ainda, a gente tem que percorrer muito, é uma luta diária", desabafa.
A atriz diz que, no passado, já sofreu com situação semelhante de racismo nas redes. "Um tempo atrás teve isso, mas muito pouco. E, se tiver alguma coisa parecida, a gente resolve de todas as maneiras", diz.
Para ela, a melhor forma de combate é estudar e adquirir conhecimento. "A gente não pode jamais abaixar a cabeça. Por isso, a união faz a força, temos sempre que estar nos ajudando e nos fortalecendo."
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