Estreante em 'Gênesis', Mariana Gallindo cria casa criativa para valorizar a 3ª idade
Atriz afirma ser viciada em produzir projetos para 'brilhar os olhos'
Atriz afirma ser viciada em produzir projetos para 'brilhar os olhos'
Aos 32 anos, Mariana Gallindo faz sua estreia como atriz de TV na novela “Gênesis” (Record). Mas quem pensa que isso significa falta de experiência, está bem enganado. A atriz, bailarina e cantora tem na bagagem diferentes projetos artísticos, além do desejo de usá-los como forma de elevar a autoestima das pessoas.
“Meu maior sonho é ajudar as pessoas a se sentirem empoderadas com sua própria vida. Todo mundo tem algo que gosta e todo o meu propósito é fazer mais gente ganhar um brilho no olho”, afirma ela que participa de teatro musical desde os 17 anos. Dentre os seus trabalhos estão os musicais “Hair”, “Pippin”, “Cantando na Chuva”, “Annie” e “Chacrinha“.
Formada em balé clássico na Royal Academy of Dancing de Nova York, Mariana dá aulas de dança para a terceira idade. O projeto começou presencialmente, mas com a pandemia teve de migrar para o Facebook. Com o passar do tempo, mais e mais pessoas começaram a gostar de aprender os passos de vários ritmos.
“O projeto SEXagenárias começou por influência da minha mãe. Ela fez 60 em 2019 e, apesar de ser linda e poderosa, não se via assim. Achava que estava ficando velha. Queria que ela se enxergasse como eu a enxergava. Nessa brincadeira ela quis fazer uma festa sexy e fizemos isso. Quando vimos estava ela e mais amigas da mesma idade dançando. Quis levar isso a mais gente”, explica.
O projeto costuma render mais de 1.000 visitas em suas redes e no YouTube. “Em dois meses que dei aula, vi mudanças, mulheres começaram a pintar o cabelo, se arrumar melhor e ter mais autoestima. Começaram a ir a outros bailes. Virou uma meta de vida para mim”, reforça Mariana que também alimenta outro canal no YouTube, o Mulher Moderna Sua Loka com temas femininos.
O SEXagenárias vai voltar em fevereiro após um recesso. Porém, não vai se resumir a aulas virtuais. Mariana conta que vai abrir uma casa em São Paulo, no bairro de Santana (zona norte), para receber pessoas para dançar com todos os protocolos. Ela afirma que a casa em questão é a antiga residência de sua avó. E não será apenas um espaço de dança, mas de criatividade.
“Vai se chamar Casa Henriquieta e tem um jardim enorme. Depois de todas as atividades terá um bolinho com café. Eu tenho vários parceiros que me ajudarão a dar aulas de crochê, de balé, de canto. Eu ministrarei as aulas das SEXagenárias e de teatro musical com o meu marido, que também é músico”, explica. O valor de cada aula estará disponível no site www.casahenriquieta.com.br, mas, segundo ela, os valores serão a partir de R$ 120. Quem não puder arcar com o valor deverá preencher um formulário e entrar em uma lista de espera já que haverá 20% de gratuidades.
Mas seus planos não param por aí. A atriz e cantora também tem um projeto de canto no qual, junto do marido, o ator e músico Marcel Octávio, entoa canções dos anos 2000 em suas redes sociais a cada 15 dias.
“Como artista tenho o desejo de comunicar minha visão de mundo. Por que esperar alguém me contratar? Vou fazer acontecer. Às vezes, pergunto se sou louca por ter tantos projetos diferentes, mas esse é o meu normal. O futuro é assim, ter vontade e correr atrás”, afirma Mariana que também é formada em comunicação social e acaba de concluir uma pós-graduação em gestão de cultura.
Segundo a atriz Mariana Gallindo, as gravações da novela “Gênesis” (Record) foram diferentes de tudo. De uma hora para a outra, tudo teve de ser paralisado por causa da pandemia do novo coronavírus. No segundo semestre de 2020, quando as filmagens retomaram, ela conta que a expectativa era alta, mas ainda havia um medo no ar entre os atores.
“Vimos todos com um medinho, mas cheios de vontade de trabalhar. A minha primeira cena nessa volta foi muito emocionante. Parecia que estávamos retornando à vida. Com todos os protocolos, claro, fazíamos exames toda semana”, comenta a atriz que completa que os ensaios eram feitos de máscara e ela só era retirada no momento do “gravando”.
Além disso, havia uma incerteza com relação às cenas de beijo. ”Sempre que tinha beijo era preciso fazer o exame PCR no mesmo dia. Nunca imaginávamos que precisaríamos fazer exame médico para trabalhar. Mas dessa forma deu uma tranquilidade para nós”, conta.
As primeiras participações de Mariana na novela bíblica da Record acontecem na fase Torre de Babel, iniciada na última segunda-feira (25). Sua personagem, a Zade, é casada com Elisá (Marcelo Gonçalves) e tem como maior dilema as escolhas da filha, Liba (Pâmela Tomé). Ela teme que a jovem se relacione com Ninrode (Pablo Morais), um exímio caçador com uma família totalmente diferente da dela.
“Minha personagem é muito moderna, tem uma relação ótima com a filha e o marido. Na trama ela permeia essa dúvida de apoiar a filha, mas ao mesmo tempo teme pela família desestruturada do pretendente dela. É o dilema da maternidade”, reforça Mariana. Seu contrato com a Record foi apenas por obra e ela se diz aberta a convites para outros papéis da TV. Seu próximo projeto será um espetáculo de teatro virtual feito com o marido.
Essa é a estreia dela na televisão. Até então, a atriz imaginava que o teatro era o mais bacana no meio da dramaturgia. Mas essa opinião mudou. “Eu achava que televisão era fria e que eu iria sofrer por não ter retorno da plateia. Mas descobri que não. Me realizei. Sou mais apegada ao ofício de ser artista, atriz, poder viver a vida de outras pessoas, passar meus sentimentos”, conclui.
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