Advogada de supostas vítimas de Prior critica polícia e diz que decisão não é determinante
Inquérito policial, encerrado nesta semana, não indiciou o ex-BBB
As advogadas que representam as supostas vítimas do arquiteto e ex-BBB Felipe Prior, 27, em um caso de estupro criticou a decisão da polícia de não indiciá-lo. Segundo nota assinada por Maira Pinheiro e Juliana Valente, a conclusão do relatório policial “não reflete o conjunto de provas que confirma os relatos das mulheres”.
“Esperamos que a injustiça desse relatório seja revertida. Esperamos ainda que essa posição lamentável da polícia não leve as milhares de mulheres que sofrem violência todos os dias a ter medo de denunciar”, afirmou a nota, que destacou que as testemunhas de defesa não foram capazes de refutar os relatos das supostas vítimas.
A delegada Maria Valéria Pereira Novaes, da 1ª Delegacia da Mulher de São Paulo, encerrou o inquérito policial na última terça-feira (4) e decidiu por não indiciar Prior. “Eu, como delegada, tenho que me ater ao delito e, pela minha convicção técnico-jurídica, aquele crime, aquele artigo penal, não aconteceu”, afirmou ela ao F5.
Segundo a delegada, o inquérito que investigava se Prior havia cometido os crimes de estupro consumado e estupro tentado foi encaminhado para o Ministério Público, que ainda pode apresentar denúncia contra o ex-BBB. Nesse caso, caberia ao juiz decidir se acataria ou não, o que poderia torná-lo réu.
A assessoria de Prior afirmou, em nota, que sua advogada, Carolina Pugliese, sempre acreditou que ele provaria sua inocência. “O que nós esperamos agora é que o caso seja encerrado para que a justiça se restabeleça e o Felipe Prior retome o curso normal de sua vida”, afirmou.
Os supostos crimes, que foram revelados pela primeira vez pela revista Marie Claire, teriam acontecido entre 2014 e 2018, após festas dos jogos universitários InterFAU. As três mulheres não teriam registrado boletim de ocorrência na ocasião por vergonha e medo. Já Prior sempre negou as acusações.
ENTENDA O CASO
Os relatos dos supostos crimes foram confirmados ao F5 pela advogada Juliana de Almeida Valente, que representa as vítimas, após a eliminação de Felipe Prior da última edição do Big Brother Brasil. Segundo ela, as três mulheres não teriam registrado boletim de ocorrência na ocasião por vergonha e medo.
Uma das vítimas afirma, segundo a advogada, que estava com uma amiga, em uma festa de comemoração dos jogos universitários na cidade de São Paulo, quando pegou carona com Prior. Ela conta que, depois de deixarem a amiga em casa, ele teria encostado o carro em uma rua escura e teria ido para cima dela, que estava embriagada.
Prior teria puxado a jovem para o banco de trás e teria forçado a relação sexual de forma violenta e incisiva, apesar de ela dizer não. A violência teria provocado um ferimento na região vaginal da vítima, o que teria levado a um grande sangramento. Ele então teria parado e se oferecido para levá-la ao hospital, o que ela teria recusado.
A jovem teria ido posteriormente ao pronto-socorro, onde teria sido questionada sobre um possível abuso sexual, mas ela teria se recusado a falar sobre o ocorrido por vergonha. Segundo a advogada, ela ficou uma semana de cama e posteriormente teve abalo emocional, crise de pânico e dificuldade em relacionamentos.
Outro caso teria ocorrido na cidade de Biritiba Mirim, interior paulista, durante o InterFAU 2016. Segundo a Marie Clare, ela acompanhou Prior até sua barraca de camping, mas teria desistido da relação sexual por não ter camisinha. Ele então teria tentado força-la e impedi-la de deixar o local, mas ela teria conseguido se desvencilhar.
Valente afirmou que a vítima resolveu procurá-la apenas depois do início do Big Brother Brasil 20, após um tuíte apontar casos de assédio e abuso relacionados a Prior. O post acabou sendo apagado pela autora, mas a partir daí a jovem encontrou as outras duas vítimas.
O caso mais recente teria acontecido em 2018, também no InterFAU, em Itapetininga. Ainda de acordo com a revista, ela também teria aceitado ir até à barraca de camping do arquiteto e teria tido relações sexuais com ele, mas em certa altura ele teria passado a ser agressivo e ela falou que não queria mais, mas ele não teria parado.
InterFAU afirmou, em nota, na época das denúncias, que Prior não poderia ingressar e tampouco participar das atividades do evento desde outubro de 2018, justamente por causa de denúncias envolvendo-o em casos de assédio “além de uma acusação de crime sexual durante o InterFAU de 2018”.
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