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Celebridades

'Com 90 anos, é uma mulher do presente e fiel ao que pensa', diz Fernanda Torres sobre a mãe

Fernanda Montenegro fez sessão de autógrafos para 300 pessoas na quarta (9), no Rio

Fernanda Montenegro
Fernanda Montenegro - Wallace Barbosa/ AgNews
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Rio de Janeiro

Após lançar sua autobiografia - "Prólogo, ato e epílogo" (Ed. Companhia das Letras) em São Paulo, Fernanda Montenegro, que completará 90 anos em 16 de outubro, fez uma noite de autógrafos no Rio, sua cidade natal.

A filha, Fernanda Torres, 54, foi uma das primeiras a chegar ao evento, que aconteceu na noite desta quarta (9). Segurando o livro de memórias da mãe, ela disse que o que mais admira em Montenegro é sua resistência.

"Ela é um ser humano de pensamento independente. Já passou por muitos governos, modas, tendências políticas e ideológicas e sempre foi fiel ao que pensava. Com 90 anos ela é uma mulher do presente, e não do passado."

Recentemente, Montenegro foi chamada de “sórdida” pelo diretor do Centro de Artes da Funarte, Roberto Alvim. A declaração dele revoltou a classe artística e simpatizantes.

Torres afirmou ter ficado feliz com a corrente de solidariedade que se formou em torno da mãe após o ocorrido e ressaltou que Montenegro é uma brasileira "que tem a vida limpa, ligada à arte e à cultura".

"Ao invés de agredirem, pessoas de diferentes idades, gerações e classes sociais debateram com amor. Foi incrível", comemorou.

Destacando a vocação da mãe para a arte, Torres diz que Montenegro ainda tem muito a realizar na carreira e elege o melhor trabalho da mãe no teatro: a peça “Seria Cômico... Se Não Fosse Trágico”, de Friedrich Dürrenmatt.

“Acho que é a montagem mais incrível que eu vi deles. Eram os dois em cena, meu pai [o ator Fernando Torres, morto em 2008] e minha mãe, dirigidos pelo Celso Nunes. É a peça que mais gosto deles.”

Edney Silvestre, 67, também foi prestigiar o lançamento do livro de memórias da quase nonagenária. O jornalista gravou uma matéria especial para o "Globo Repórter" em homenagem a Fernandona, a ser exibida nesta sexta (11) e disse que se emocionou bastante durante o trabalho. 

“Ela é uma mulher admirável, que não se cala, que atravessou tantas épocas difíceis da história do Brasil e nunca perdeu a esperança. Essa coisa bonita de confiar na vida e esperar sempre o melhor. Ter fé na vida é a grande lição que ela nos dá. Usei muitas informações do livro na matéria. É uma obra linda. As pausas, a forma de se expressar... É como se você estivesse conversando com a Fernanda.”

O repórter diz que o histórico familiar de Montenegro o sensibilizou muito. Ele conta que os avós de Montenegro foram imigrantes trazidos para o Brasil para substituir mão de obra escrava. 

“O Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde ela teve seu primeiro sucesso, existe porque o avô dela fez aquelas decorações. Chorei muito fazendo esse programa”, conta Silvestre.

FURA FILA

Foram distribuídas 300 senhas para a sessão de autógrafos, que teve início às 19h na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, na zona sul do Rio. 

O ator da Cia de Teatro Expressão do Acre Júnior Rodriguez, 26, foi o primeiro da fila, juntamente com o amigo Wesley Suassurana, 24. Eles vieram do Acre para curtir o Rock in Rio na capital fluminense e aproveitaram a oportunidade para prestigiarem o lançamento da autobiografia de Fernanda Montenegro.

Os jovens contam que chegaram ao local às 9h45, antes da abertura do shopping. “Abrimos o estabelecimento junto com os funcionários. Fizemos revezamento para almoçar, para beber água, para tudo. Não queríamos perder nosso lugar de jeito nenhum. Enquanto estava esperando, fiz um desenho da Fernanda, que entreguei para ela depois. Estou todo arrepiado. Valeu a pena”, detalhou Rodriguez.

Suassurana completou: “Ela é muito mulher de garra, de fibra, com 90 anos dando autógrafos para 300 pessoas numa livraria! É uma inspiração.”

Quem fez feio foi a socialite Narcisa Tamborindeguy, 52. Ela chegou ao evento por volta de 21h30, entrou na área reservada onde estava Montenegro e foi logo pedindo o seu autógrafo. A atriz atendeu o pedido com simpatia e a socialite nem ligou para os gritos de “fura-fila” das pessoas que aguardavam pacientemente sua vez de abraçar a anfitriã. Quando estava indo embora, Narcisa foi abordada por uma mulher, que lhe deu uns tapas no ombro. A socialite saiu da livraria irritada, dizendo que ligaria para a polícia.

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