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Leonardo Miggiorin diz que discorda da falta de ética dos dois lados na política: 'É assustador'

'É um momento muito crítico e é importante lutar pelo seu ideal'

O ator Leonardo Miggiorin
O ator Leonardo Miggiorin - Reprodução/Instagram/leo_miggiorin
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São Paulo

Leonardo Miggiorin, 36, afirmou que vê muitas incoerências e, ao mesmo tempo, desejo de mudanças e melhorias de ambos os lados dos seguidores de Fernando Haddad (PT) e de Jair Bolsonaro (PSL), candidatos que disputam à Presidência neste segundo turno.

Contudo, o ator diz que não concorda com a "falta de ética e respeito que acaba surgindo da opinião de cada um. Isso é assustador, brutal". "Essa violência que hoje a gente vê, ela foi se construindo de forma silenciosa durante muito tempo. E agora, em um momento como esse, a emoção e a personalidade vem à tona."

Essa polarização também ganhou forma com a participação de artistas em manifestações ou expondo seus votos nas redes sociais. A divergência de opinião entre Regina Duarte e José de Abreu mostrou como a classe artística está tão rachada quanto milhares de lares Brasil a fora. 

Regina Duarte não hesitou e saiu em defesa de Bolsonaro, inclusive com visita à casa do pesselista e em atos nas ruas do Rio de Janeiro. Já José de Abreu, apoiador histórico do PT, criticou a postura da atirz e afirmou que a colega de trabalho propagava "fake news".


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Sobre a briga entre os colegas da classe artística, Miggiorin que Regina Duarte "está exercendo o direito de cidadã dela, assim como aqueles que a criticam". "E eu não tenho o mesmo posicionamento dela", completou.

"É um momento muito crítico e é importante se posicionar e lutar pelo seu ideal. Vejo incoerências em ambos os lados, vejo possibilidade, mas não concordo com falta de ética, de respeito e retrocesso na liberdade de expressão, da segurança e na questão da ética e da moral."

Em cartaz com a peça "O Grande Sertão Veredas", com direção de Bia Lessa, o ator afirmou que as pessoas têm que pensar em um projeto de futuro para o país. "Confesso que tenho muitas dúvidas e tenho procurado me informar muito antes de colocar minha opinião publicamente. Tenho o direito de pensar isso até o momento da minha votação. Tenho o direito de mudar de ideia, tenho o dever de me informar, de me instruir e respeitar a democracia e o próximo."

Miggiorin disse ainda que espera que o Brasil vá para o caminho humanista e que o progresso não sobreponha a ética e o humanismo. "Sei que é uma fala muito ampla, muito generalizada, mas é um direito meu pensar até o último minuto."

O espetáculo baseado na obra de Guimarães Rosa (1908 -1967) deve retornar a São Paulo a partir do dia 17 de novembro no Sesc Pompeia, na zona oeste. "Grande Sertão: Veredas" conta em retrospecto a história de Riobaldo (Caio Blat) que, para vencer uma briga de bandos no sertão, vende a alma para o diabo. Além de lidar com dúvidas e arrependimentos, o jagunço precisa também reprimir o amor que sente por Diadorim (Luíza Lemmertz), seu colega de bando.

Miggiorin contou que o espetáculo se transformou em um filme, chamado "Travessia", que deve estrear em março de 2019, com o mesmo elenco da peça. As gravações aconteceram durante um mês em São Paulo dentro de um estúdio. "[O filme]  foi todo feito em estúdio, com poucos elementos cênicos, não tem cenário. É um filme contemporâneo, artístico e a história é narrada pelos atores, que fazem diversos personagens, como na peça."

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