Tony Goes

No Limite: Estreia frenética pouco explora personalidades dos participantes

Já conhecido do público, elenco de ex-BBBs é o grande trunfo do programa

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Pau na máquina. Essa deve ter sido a ordem de Boninho aos profissionais que estão trabalhando na quinta temporada de No Limite, o reality pioneiro da TV brasileira, de volta ao ar depois de um hiato de nove anos. Seguiram direitinho.

O episódio de estreia, exibido pela Globo nesta terça-feira (11), deslanchou de maneira frenética. Os participantes, amplamente divulgados pela imprensa e pelas redes sociais, não mereceram esta mesma consideração do próprio programa. O espectador sequer assistiu à divisão das equipes: de repente, as tribos Calango e Carcará já estavam formadas, e a primeira prova, em andamento.

Talvez a produção esteja confiante demais no recall deste elenco. A ideia foi mesmo boa: ao invés de lançar mão de 16 desconhecidos, preferiu-se convocar ex-integrantes do Big Brother Brasil. Todos já testados e aprovados no quesito carisma, indispensável para um formato como este.

No entanto, pouco se aproveitou de suas personalidades neste primeiro capítulo. Nomes fortes como Kaysar Dadour, Carol Peixinho ou Zulu foram relegados a pouco mais do que comentários sobre o andamento do jogo. Se bem que Mahmoud demonstrou potencial para ser o fofoqueiro da temporada.

A primeira treta foi rápida. Íris, da tribo Calango, se ofendeu quando Angélica, da Carcará, a xingou de sardinha. Não demorou para surgirem memes na internet, mas é provável que esse ligeiro atrito seja prontamente esquecido.

André Marques também ficou aquém do esperado. É até injusto, mas também inevitável, compará-lo com Zeca Camargo, apresentador das quatro primeiras temporadas do reality. Zeca esbanjava energia e parecia estar mesmo envolvido nas provas. André lembra um bedel de escola, gritando ordens genéricas para a criançada no recreio.

Num ponto, o novo No Limite está melhor do que as versões passadas: a beleza das imagens. Graças aos drones e às câmeras de alta definição, a praia cearense de Beberibe aparece em tomadas espetaculares. Edição, sonorização e finalização também estão dignas de um bom filme de aventura.

A mecânica das provas também funcionou direitinho. Algumas requerem mais força, outras, inteligência; nenhuma é fácil. Agora todas também são ações de merchandising, e a linha tênue entre o entretenimento e a propaganda escancarada foi borrada algumas vezes.

Ainda não surgiu o equivalente ao olho de cabra, hit absoluto da primeira temporada, ainda cantado em verso e prosa mais de vinte anos depois. Mas pode ser questão de tempo.

As intrigas finalmente deram o ar de sua graça quando os membros da tribo Calango, que perdeu a prova de imunidade, discutiram entre si qual deles seria o eliminado. Foi o ponto alto do episódio.

Na contagem final dos votos, Mahmoud levou cinco e André, três. Uma pena, pois o primeiro prometia ser um participante divertido, compensando com suas alfinetadas o corpo meio fora de forma. Como sempre acontece nos reality shows, foi eliminado de cara alguém que ainda poderia render muito.