Tony Goes

BBB 21: Com a saída de Lucas, fogo no parquinho ameaça sair de controle

Juliette e Gilberto são os novos favoritos para o prêmio de R$ 1,5 milhão

Lucas Penteado - Fábio Rocha/Globo

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O Holi, ou festival das cores, é a celebração hindu da chegada da primavera. É o que a Índia tem de mais parecido com um carnaval, com as pessoas jogando pós coloridos umas nas outras. É lúdico, é lírico, é contagiante: é a alegria de estar vivo, e da vida ser renovada.

A Globo proporcionou um Holi fora de época para os participantes do BBB 21 (a data oficial para este ano é 28 de março). O festival indiano foi o tema da festa da noite deste sábado (6). O deus Shiva não deve ter gostado muito, pois semeou a destruição na casa mais vigiada do Brasil.

A balada começou animadíssima, abrasileirada pela banda Os Barões da Pisadinha. Os brothers se lambuzaram de todas as cores. O amor parecia estar no ar: Lucas Penteado e Gilberto se beijaram, sob os aplausos dos colegas.

Não demorou para o caldo desandar. O súbito interesse do ator paulista pelo pernambucano, que é doutorando em Economia, levantou suspeitas. Afinal, Lucas não havia se declarado bissexual, nem deu a entender em momento algum que se interessava por homens. Vale lembrar que protagonizou a primeira treta da temporada ao se sentir rejeitado por Kerline, já eliminada.

E assim, para variar, as baterias se voltaram contra ele. Desde a festa da sexta retrasada (29/1), Lucas se tornou o alvo preferencial de quase todos. O judas do sábado de aleluia. Apanhou como ninguém até hoje tinha apanhado em um BBB, sem que a Globo mostrasse na edição noturna do programa o que ele de fato fez para atrair tanta ira.

Também acabou se tornando o queridinho do público. Nas últimas enquetes, era o favorito para o prêmio final. Mas não está mais no páreo: abalado com a surra psicológica que levou por mais de uma semana, Lucas deixou o BBB 21 na manhã deste domingo (7).

Sua desistência desestrutura a estratégia de seus adversários, que estavam se mancomunando para que ele fosse defenestrado no próximo paredão. E o vácuo que ele deixa já foi ocupado por Juliette e Gilberto, que são agora os mais cotados para vencer a competição.

É curioso que Gilberto e Lucas tenham se aproximado, pois parecem ter temperamentos opostos. Lucas é um nervo exposto, é um id sem superego, um destrambelhado na vida. Por isto mesmo, é duvidoso que ele tenha protagonizado um beijo gay em frente às câmeras com segundas intenções.

Já Gilberto é quem melhor está lendo o jogo. Foi o primeiro a perceber que Karol Conká não é querida pela audiência, e a colocou no paredão ao atender o Big Fone na manhã deste domingo. Mas tampouco é um jogador cerebral: não esconde suas emoções, e isto está agradando aos espectadores.

A saída impetuosa de Lucas mostrou como é frágil o equilíbrio deste BBB 21. Toda temporada tem seus mocinhos e seus vilões, mas a surpresa deste ano é que os vilões são justamente quem mais tinha pinta de mocinho. Quem diria que Karol, Lumena e Projota, todos trabalhados no ativismo e na representatividade, iriam se revelar tão tacanhos e mesquinhos?

Lucas Penteado passou pela casa como um incêndio florestal, queimando quem se aproximou dele. Acabou consumindo a si mesmo. Na sua ausência, quem será o novo patinho feio?

E quase houve outra desistência no meio desse imbróglio, a de Karol Conká. Suspeito que a rapper tenha farejado no ar que sua popularidade aqui fora não anda lá essas coisas, e concluído que uma saída precoce seria melhor do que uma eliminação humilhante.

Por enquanto, no momento em que escrevo este texto, ela segue emparedada. Talvez se livre quando o Big Fone tocar novamente, às 18 horas deste domingo. Vamos torcer para que não. O Brasil merece expulsar Karol Conká.

Com tanta animosidade entre os participantes, o célebre “fogo no parquinho” ameaça sair do controle, e carbonizar tudo o que lhe passar pela frente: a carreira dos convidados VIP, a imagem dos anunciantes, a reputação da própria Globo. O BBB 21 está na corda bamba: é um desastre em câmera lenta, transmitido ao vivo 24 horas por dia. O lado bom é que todo mundo adora um filme de desastre.