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Ana Paula Padrão vai profissionalizar suas redes sociais: 'Não são brincadeira'

'Não espere que eu fique o resto da vida fazendo entretenimento', diz

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São Paulo

A palavra mudança define bem a trajetória da jornalista e apresentadora Ana Paula Padrão, 55, que agora pretende profissionalizar suas redes sociais e produzir mais conteúdo nelas. “Não tem cabimento olhar para as plataformas digitais como uma brincadeira”, afirma ela que fechou contrato com a Play9, produtora de conteúdo de Felipe Neto, 33, e do jornalista João Pedro Paes Leme, 52.

A apresentadora conta que tem a necessidade de sempre estar em novos projetos, por isso se sentia improdutiva ao não saber a melhor forma de usar as mídias. Em sua carreira, ela já migrou do jornalismo para o entretenimento, com o programa Masterchef Brasil (Band). Agora decidiu “aprender a fazer conteúdo, que eu tenho e sei fazer, usando outras plataformas que não apenas a TV”.

“Não espere que eu fique o resto da minha vida fazendo programas de entretenimento, provavelmente não é isso que vai acontecer comigo”, comenta em entrevista ao F5. Padrão diz que essa nova etapa é de aprendizado, assim como precisou conhecer como dominar a linguagem da televisão no início de sua carreira.

“Não domino ainda a linguagem do digital”, diz a jornalista, que pretende utilizar a forma didática de falar que desenvolveu na TV em seus novos conteúdos. Ela explica que nesta primeira etapa será feito um mapeamento de suas redes, para entender qual o melhor conteúdo para o seu público, e então começar a produzir.

Ela diz que ainda não definiu o conteúdo específico, e que agora passa por testes. No entanto, a apresentadora afirma que não necessariamente fará conteúdos jornalísticos para suas redes. “Essencialmente, eu sou uma jornalista. O que não significa que eu tenha que fazer conteúdo jornalístico para as plataformas digitais.”

Por enquanto, ela comenta que, dentre os conteúdos que mais costuma publicar, estão bastidores do Masterchef, moda, decoração, notícias e assuntos sobre mulheres, desde feminismo até o combate à cultura do estupro. “Uso muito quem eu sou para me mostrar nas redes sociais. Descobri que a verdade cola.”

“Da mesma maneira que eu não vendo um produto do qual não acredito, não falo sobre conteúdos que não são verdade para mim”, pontua. Padrão ressalta que acha importante falar de assuntos como ciência, feminicídio e LGBTQIA+ em suas redes para que mais pessoas possam tirar dúvidas sobre.

“Para mim, é um absurdo total, uma loucura não acreditar que vacina salva vidas. Desconfiar que a terra não seja redonda ou qualquer outra coisa desse gênero”, exemplifica. A jornalista diz que seu objetivo está em “fazer conteúdos e defender causas, porque é verdadeiro. É meu”.

A apresentadora pontua que as redes sociais também foram de extrema importância para o sucesso do Masterchef, e trazer mais exposição e repercussão que “não teríamos usando só a TV”. Para ela, o conteúdo gerado a partir do programa, com memes feitos por internautas, apenas agregam aos fãs do reality culinário.

“Temos uma capacidade imensa de repercutir, não só pelo programa, mas por tudo que esse outro participante, que se chama internauta, faz de nós”, completa. Padrão ainda revela que só se sentiu aprovada pelo público como apresentadora de um programa de entretenimento quando virou meme na Internet.

“Até então as pessoas me achavam muito séria, eu era uma jornalista séria que sempre cobriu assuntos duros”, explica, “sentia que as pessoas tinham muita dificuldade em me ver fazendo outra coisa que não fosse jornalismo”. Agora, ela conta que está há sete anos trabalhando com entretenimento, por isso precisa de desafios novos.

NO LUGAR CERTO, NA HORA CERTA

Com o sucesso do Masterchef, outras emissoras também passaram a apostar em realities culinários, como a Globo, com Mestre do Sabor, e o SBT, com Bake Off Brasil e Mestres da Sabotagem, por exemplo. Para a jornalista, essa categoria de programa chegou ao Brasil no momento exato para despertar interesse do público.

Padrão afirma que se o programa tivesse chegado há 15 anos, quando o Brasil era muito pobre, seria “quase pornografia, fazer chacota de quem não pode comprar nada”. Ela diz que com o passar do tempo, enxerga que o país subiu para a classe média e isso dá a possibilidade de pensar sobre a alimentação de uma forma diferente.

“Quando o Masterchef chegou, já podíamos pensar nisso, mas não tinha ninguém que falasse disso na TV aberta”. Ela diz que a “receita de sucesso” combinou a maior maturidade do país, o horário e dia de exibição e os perfis dos chefes e a amizade que se construiu entre eles.

O programa é apresentado pelos chefes Henrique Fogaça, 47, Erick Jacquin, 56, e Helena Rizzo, 43. A chefe entrou na edição de 2021 do programa, como substituta de Paola Carosella, 48. “Estávamos na hora certa e no lugar certo.”

Além disso, ela afirma que o programa pode ser apreciado desde “um menino de 8 anos a um senhorzinho de 80”. Para quem não gosta de cozinhar, há a parte do jogo e competição, e para quem quer aprender mais sobre a cultura e culinária brasileira o programa é um prato cheio. “Não tem sexo, não tem drogas e tem o rock n’ roll bem mansinho.”