O rapper Grilo 13, que participou da festa da novela "I Love Paraisópolis", na última quarta-feira (29), em São Paulo, teve apenas uma restrição por ordem da Globo: no rap que cantou na festa, não poderiam entrar palavrões.

"Deixaram eu vir com as roupas que uso, fazer as coisas que faço, mas obviamente sem falar palavrão, sem chutar o pau da barraca", contou ele ao "F5", antes de se apresentar. Após cantar, ele relaxou aproveitou para curtir a festa, tomar cerveja e dançar na pista.

Grilo, cujo nome de batismo e é Michael, disse ver com bons olhos a iniciativa da emissora de mostrar o cotidiano da favela.

"Achei daora! Acho que a Globo está indo no caminho certo. Tá em alta esse negócio favela, ostentação, funk, rap, então é maior barato mesmo. E o importante é que eles estão utilizando os artistas verdadeiros que vieram de lá, e não só trazendo gente do Rio", comemora ele, que fará algumas aparições também na trama.

"A princípio eles estavam colocando só gente do Rio, mas agora começaram a chamar a gente, mostraram os trabalhos comunitários de lá, os artesanatos. Mostraram uma 'vibe' verdadeira. Não existe uma crítica que eu possa fazer", elogiou Grilo, que ganhou cachê de R$ 3 mil para cantar na festa da novela.

O rap que ele cantou, ao lado dos MCs Usan, Jas e Rodrigues, era um tema especial composto sobre a novela, que tem Bruna Marquezine no papel de protagonista. A festa também teve um show do rapper Projota.

Para Grilo, o maior ganho que a novela traz é mostrar o lado bom da comunidade, como os artistas e projetos sociais.

"Traz dinheiro, traz visibilidade... Mas também mostra que lá não é só desgraça, não é só zica, entendeu?", explica.

O maior problema da favela, para o qual ele gostaria que a novela pudesse chamar atenção, é a violência policial. "Mas não sei se eles [Globo] têm poder para isso", analisa. "Mas de qualquer forma já é um passo grande".

"I Love Paraisópolis" estreia no dia 11 de maio na faixa das 19h.