Renato Kramer

Teleton: quando a generosidade dá o tom

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ontem o SBT de Silvio Santos abriu a tela para o Teleton. Durante mais de 24 horas o canal da "televisão mais feliz do Brasil" vai ficar disponível para arrecadar doações para a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente).

Se é ou não o canal mais feliz do Brasil não nos compete julgar. Mas, que a ideia de ajudar tantas famílias que tem em seu seio crianças com problemas de saúde tão delicados e complexos, é muito feliz. Disso não temos dúvidas. Mesmo que tenha sido copiada de emissoras estrangeiras. O que importa é o objetivo e o resultado alcançado.

Só em 2010, a AACD fez mais de um milhão e trezentos mil atendimentos e algo em torno de 6.600 cirurgias. Atualmente, há 60.000 pessoas na fila esperando uma oportunidade.

Este ano não foi a Madrinha Mor do Teleton que abriu os trabalhos: a apresentadora Hebe Camargo. Foi Eliana, que mais uma vez está de volta ao SBT. Mas não foi por uma questão de não mais pertencer à casa que Hebe não apareceu. Talvez esteja cuidando de sua saúde.

Até porque foi criada uma vez mais a Rede da Amizade: muitas emissoras, inclusive a Rede TV na qual Hebe está agora, uniram-se no Teleton deste ano.

Assim sendo, compareceu a jornalista Maria Cristina Poli (TV Cultura), Ellen Jabour (MTV), Adriane Galisteu (Band), Claudete Troiano (TV Gazeta), Rodrigo Rodrigues (ESPN Brasil) e Luciana Gimenez (Rede TV). Esta última foi a única que se atrapalhou um pouco no texto e explicou rapidamente que estava sem o 'ponto eletrônico'. "Abafa!"

Ainda completavam a 'rede da amizade', entre outros: a Rede Brasil, o Portal Terra, a Rede Record e a Rede Globo essas últimas comentadas meio 'en passant'.

Os momentos mais contundentes e comoventes, é claro, são as histórias de superação que são mostradas durante o programa até para que se tenha conhecimento do que exatamente é feito nos atendimentos, nos tratamentos fisioterápicos e cirúrgicos, por vezes.

Pequenos flashes, só para não acabar de escrever me desmontando em lágrimas. Pois nada mais dolorido do que o sofrimento de uma criança que já nasce sem ter ideia do que tenha acontecido com ela para ter que enfrentar tanta dor e tanta luta; nada mais doloroso para um pai e uma mãe que transmitem aquele olhar de "Meu Deus, me dê forças para ajudá-lo a vencer sem que ele sofra!". Tudo o que gostaríamos nesses momentos era possuir uma varinha mágica que bastasse apontá-la e 'plim'! Estava tudo resolvido e "todos seriam felizes para sempre". Infelizmente não funciona assim.

"Felipe" nasceu sem as pernas e sem os braços. Graças a anos de tratamento na AACD, hoje corre para lá e para cá, com próteses ultra modernas nas pernas. É um menino inteligente, bem falante, cheio de assunto e, no palco, ficou encantado com as pernas de Adriane Galisteu. Tem bom gosto também. "Fernandinho" chegou chegando, com ares de apresentador mirim, numa cadeirinha de rodas e um microfone à la Silvio Santos, falava mais que o homem da cobra. Arrecadou dinheiro na plateia e até cantou! "Se eu não te amasse tanto assim", sucesso de Ivete Sangalo, e para tal precisou da ajuda de Cláudia Leitte. Vejam só como o universo às vezes pode ser ardiloso.

E, para nos derrubar literalmente, uma família que teve três filhos: duas meninas e um menino os três especiais! Imaginem a vida dessa mãe. O pai também, é claro mas ele ainda sai para trabalhar. Ela vive para cuidar dos três, que necessitam de toda a atenção do mundo! E aí, mais uma vez, a AACD entra em cena e torna a coisa possível.

Marília Gabriela esteve por lá rapidinho e lançou a campanha: Venha, Hebe! Bombou no Twitter! E pediu para que os que querem doar R$ 5,00 devem ligar para 0500 12345 05; para doar R$ 10,00 devem ligar para 0500 12345 10 e, se for mais de R$ 10,00 podem ligar para 0800774 2011 ou ainda pelo site www.teleton.org.br.

Depois que Chitãozinho e Xororó cantaram, as doações já estavam na casa dos R$ 642.123,07 (a meta, até hoje no final da noite, é alcançar R$ 24.000.000,00).

Num rápido depoimento, a monja budista Coen declarara com suavidade: "ao cuidar dos outros, nós somos cuidados".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias