Renato Kramer

'Via novelas escondido quando era criança', conta Mateus Solano

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"A arte aparece desde sempre na minha vida", declarou o ator Mateus Solano na série "Grandes Atores" (Viva) reapresentada no último sábado (5).

"Minha mãe e meu pai sempre me levaram muito ao teatro, a concertos", contou. "Meu pai é músico também, além de diplomata. Ele toca piano, já tocou violoncelo, clarinete e gosta muito da música clássica. Sempre me fazia ouvir uma passagem de violino de determinado concerto."

"Mesmo que aquilo não tenha me causado uma paixão imediata, eu devo muito da minha formação a ele".

Já o teatro chegou na pré-adolescência, quando o ator começou a fazer alguns cursos. "Minha mãe me botou em alguns cursinhos de teatro. Minha família sempre soube da importância da arte na construção do ser humano. Isso para mim é muito importante, faz toda a diferença quando eu começo a lançar o olhar sobre um personagem", afirmou Solano.

E confessou: "Sempre fui um palhaço, muito extrovertido. Então fui canalizando a pessoa que eu era. O teatro se encaixou como uma luva."

"Eu devo muito também à paciência da minha mãe, que estava sempre ao meu lado esperando que, na hora certa, tudo desse certo".

A televisão acabou acontecendo na carreira do ator: "E graças a Deus aconteceu!", observou Solano, que começou vivendo o produtor musical Ronaldo Bôscoli na minissérie "Maysa" (Globo, 2009), mas marcou época com seu vilão carismático Félix, de "Amor à Vida" (Globo, 2013). "Mas a minha vontade sempre foi ser um grande ator de teatro", confidenciou.

Sobre seu processo criativo, o ator declarou: "Eu gosto de estudar, eu gosto de saber o que eu quero para aquele personagem, mas eu gosto de estar solto também em cena. O trabalho do ator está também no olho de quem está contracenando com ele. A partir do que o outro vai te dizer é que você vai reagir dessa ou daquela forma."

E voltou a falar sobre o seu ingresso na telinha: "Entrar na televisão foi uma coisa muito doida. De repente você está no meio do [Antônio] Fagundes, da Nathalia Timberg, da Natália do Vale e até de pessoas que você admira no teatro e que nunca pensou que ia trabalhar junto, muito menos na televisão."

E relembrou um fato pitoresco: "Lembro que minha mãe não queria que a gente visse novela quando era criança, então às vezes a gente assistia escondido. 'Que Rei Sou Eu' (Globo, 1989) eu assisti toda escondido. E foi uma novela incrível!"

"A possibilidade de fazer TV surge na minha vida como uma possibilidade financeira. Porque ia ano, voltava ano e cadê que eu ganhava dinheiro com essa profissão?", desabafou o ator, que fez seu primeiro teste para a Globo no final da década de 1990.

"No início de 2000, eu estava fazendo minha primeira peça profissional ['O Homem que Era Sábado'], veio um produtor de elenco da Globo e me falou que aquele meu teste nem tinha entrado no 'banco'. Ele viu que eu era bom na peça, então me falou para voltar e fazer outro. Foi então que fiz outro vídeo e fui sendo chamado para pequenas participações", contou Solano. 

Fez o travesti Deusimar em "Sob Nova Direção" (2009). "Fiz muita comédia e algumas participações em novelas", relatou. E lembrou: "O Stuart Angel [1945-1971] de Linha Direta Justiça [2003] foi a minha primeira participação, o meu primeiro contato com a câmera. Foi um trabalho muito importante, que eu gosto de rever. Eu vejo o meu esforço ali, meu amor pelo que eu faço."

E contou como chegou à minissérie "Maysa – Quando Fala o Coração". "Me chamaram para o teste para fazer o Ronaldo Bôscoli, porque o Rodrigo Lombardi, que estava com o papel, foi chamado para fazer o Raj de 'Caminho das Índias' [2009]. Foi o que me lançou para o grande público", declarou Solano, que depois disso entrou de vez para a televisão vivendo os gêmeos Miguel e Jorge de "Viver a Vida" (2009-2010).

O ator encerrou confessando sobre o sucesso de Félix ("Amor à Vida"): "O meu orgulho maior é de ter entrado no coração das pessoas e feito as pessoas desejarem que aquelas duas figuras do mesmo sexo [Félix e Niko, vivido por Thiago Fragoso] se beijassem e concretizassem aquela história de amor". Ele afirmou ainda se arrepiar ao lembrar da última cena da novela em que o pai (Antônio Fagundes) chama Félix de filho pela primeira vez.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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