Renato Kramer

Dinheiro compra felicidade? Pesquisa britânica diz que sim

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O "Matéria de Capa" (Cultura) do último domingo (31), discorreu sobre as possíveis relações entre dinheiro e felicidade.

O apresentador Aldo Quiroga lembrou que, pela sabedoria popular, "dinheiro não traz felicidade" —mas não nega que exista uma relação entre os dois fatores.

É sabido que as pessoas raramente ficam satisfeitas com o que tem. Quando recebem um aumento, querem mais. "Uma pesquisa diz que quem ganha mais de US$ 75 mil ao ano se sente mais feliz apenas porque consegue pagar as contas. Já aqueles que ganham na loteria, tendem a se mostrar infelizes depois de algum tempo. Na maioria das vezes acabam gastando tudo e destroem os relacionamentos pessoais", informa Quiroga.

Sobre o dinheiro comprar ou não a felicidade, para muitos isso vai depender de como a pessoa gasta. A sugestão é: no lugar de se tornar consumista, a pessoa deve experimentar doar a quem precisa.

"Estudos mostram que quem ajuda aos outros tende a se sentir mais feliz", conta Quiroga, lembrando que essa ideia já foi comprovada em escala global. "As emoções despertadas pelo trabalho beneficente podem ser detectadas até mesmo pelas conexões cerebrais", declara o apresentador.

Aldo Quiroga, apresentador do "Matéria de Capa" (Cultura)
Aldo Quiroga, apresentador do "Matéria de Capa" (Cultura) - Divulgação

Experiências como viagens em geral, por exemplo, trazem maior realização pessoal do que a aquisição de bens. Assim como os pequenos prazeres do dia a dia, como um café ou um exercício, podem trazer mais alegria do que a compra de um tapete de US$ 3 mil que vai durar mais de dez anos.

Aldo reflete: "Então, se o dinheiro não pode ser a fonte principal de felicidade, é claro que ele tem o potencial de tornar algumas coisas mais fáceis, e complicar outras... Mas no final, é claro que pode trazer algum grau de realização se for gasto da maneira correta".

A psicanalista Lidia Aratangy dá o seu depoimento: "Essa felicidade das pequenas coisas tem a ver com a gente. Se você tem um trabalho que você gosta, é claro que te faz mais feliz do que se você é obrigado a ter um trabalho que tenha menos a ver com você".

E acrescenta: "A felicidade de um trabalho bem feito, feito com prazer, sem dúvida é uma felicidade válida. Se pode dar presente sim, desde que você tenha tido condições de escolher o seu trabalho. É dessas pequenas coisas que a gente constrói uma existência de felicidade", conclui Aratangy.

Para encerrar, Aldo Quiroga informa que o estudo da Agência Nacional de Estatística do Reino Unido garante: o dinheiro realmente pode comprar felicidade. "E você, concorda?".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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