'Eu acho que ninguém deve se aposentar em profissão nenhuma', diz Eva Wilma
"Uma grande atriz brasileira, premiadíssima, extremamente versátil, que transitou sempre com facilidade entre o teatro, o cinema e a televisão", foi como o apresentador anunciara a sua convidada na entrevista de 25/12/2014, reprisada na última quinta-feira (14) no "Diálogos com Mario Sergio Conti" (Globonews): Eva Wilma.
"60 anos de carreira, 80 anos de vida, o que mais você precisa fazer para provar que é uma grande estrela?", perguntou Conti. "Continuar representando, com o mesmo prazer e a mesma paixão", responde Eva.
"Precisa, Eva?", questionou o apresentador. "Precisa, precisa paixão!", reafirmou a atriz. "Não se aposenta nessa profissão?", insistiu Conti. "Eu acho que ninguém deve se aposentar em profissão nenhuma. Acho que a gente tem que gostar muito do que faz e continuar fazendo", responde Eva com serenidade.
O apresentador quis saber como a atriz faz para manter a garra, o talento. "Eu acho que é basicamente isso: paixão pelo que eu faço, uma família linda, dois filhos, cinco netos... E é isso", conclui a atriz. Aproveitando o ensejo, Conti cutuca: "Então não era hora de ficar tratando dos netos ao invés de ficar na ponte aérea para cima e para baixo?".
"Não, mas eu gosto muito do que eu faço. Eu gosto cada vez mais! Tem uma fala no espetáculo que fiz "Azul Resplendor", que diz: nós atores vivemos fazendo de conta que somos outra pessoa, nós nos alimentamos na mentira. Nós vivemos disso. Na verdade é o lúdico, é o prazer lúdico que você sente sendo ator. É a brincadeira! A palavra no inglês, no alemão e no francês para atuar é que é correta: é brincar. Eu vou continuar brincando", declara Eva Wilma.
A atriz contou sobre o seu começo no Teatro de Arena, onde permaneceu por três anos sob a batuta do mestre José Renato, quando então deixou de vez o sonho de ser bailarina clássica. E citou também o diretor Antunes Filho, com quem realizou trabalhos intensos. "Em meio a isso, fui dirigida por Adolfo Celi, Ruggero Jacobbi, Ziembinski, tive aulas com Eugênio Kusnet. É uma escola que forma bem, não é?", declara Wilma.
"Qual era a sua matéria prima, a vaidade Eva?", perguntou Conti. "Não, a música. A música dentro de mim, a paixão, a inspiração, a vontade de exercitar o seu prazer lúdico, brincando de ser outra pessoa", afirma a atriz.
Eva Wilma repete a receita de sucesso aprendida pelo colega Paulo Autran: "15% de paixão, talento, inspiração. 80% de estudo, perseverança e dedicação. Depois, 5% é sorte!".
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