Renato Kramer

'Nunca me senti escravo de nenhuma droga', afirma Arnaldo Antunes

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"Eu voltei do 'sabático' e estou fazendo tudo ao mesmo tempo agora: lancei um livro, estou fazendo uma exposição e estou com disco novo", foi logo declarando o cantor e compositor Arnaldo Antunes no "Programa do Jô" (globo) da segunda-feira (28).

O livro é o "Agora Aqui Ninguém Precisa de Si" (Companhia das Letras). "Na verdade o livro estava praticamente pronto antes do 'sabático', mas daí a gente esperou eu voltar das férias para lançar", conta Antunes.

Quanto à exposição "Palavra Em Movimento", que já esteve em São Paulo, agora está em Brasília, onde fica até 8 de novembro. Depois ainda irá para Salvador e ano que vem para o Rio. Arnaldo comenta que acompanha tudo sempre, a montagem da exposição que em cada espaço fica diferente: "é o mais gostoso é estar junto", afirma.

O novo disco "Já É" foi quase todo feito durante o tal 'sabático'. "Eu descobri que eu componho muito nas férias", confidencia o cantor. "Quando eu faço música sem ser por encomenda, para o disco de alguém ou uma trilha sonora, quando não tem prazo, nem destino. Então eu pego o vilão, num estado de disponibilidade emocional que as coisas fluem", declara.

Jô confessa que acha aflitivo ter que escrever por encomenda. "Eu também", concorda Antunes, "eu sempre acho que talvez não dê conta!", acrescenta o compositor. "E quando é diário, que a pessoa acaba de escrever e no dia seguinte já tem que escrever?", observou Jô. Nem é preciso dizer que me identifiquei na hora com essa questão.

"Quando eu tinha que escrever para a revista 'Veja' toda a semana, era a coisa que mais me dava trabalho!", desabafa o apresentador. "Vai chegando o prazo", completa Jô. "É angustiante! Geralmente eu consigo cumprir os prazos, mas é sempre aos 45 do segundo tempo!", confessa Arnaldo Antunes.

Crédito: Eduardo Anizelli/Folhapress Arnaldo Antunes
Arnaldo Antunes

Mudando de assunto, Jô quis saber a opinião do cantor sobre a legalização das drogas. Antunes diz que é a favor da legalização do uso de qualquer droga. "Claro que o tráfico, o comércio, é uma questão complexa a ser debatida. Mas eu acho que o que a pessoa faz consigo mesma não é assunto de polícia, não é assunto de estado, é assunto só dela mesma", argumenta o compositor.

"Você chegou a usar heroína?", colocou Jô num repente. "Sim", respondeu Arnaldo com tranquilidade. E acrescentou: "Eu fui um usuário eventual, nunca usei constantemente. Eu sempre tive essa liberdade de me dispor a experimentar as coisas, mas nunca me senti escravo de nenhuma droga. Acho que a droga mais forte é o amor!", desviou o assunto com delicadeza.

Para encerrar o cantor mostra a música que abre o novo disco: "Põe Fé Que Já É".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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