O "Jornal do SBT" apresentou na última sexta-feira (14) a última reportagem da série "Arte de Criança", focando alguns adultos que começaram a carreira artística na infância e fazem sucesso até hoje.

"O ano era 1990, e o sonho de grande parte das meninas era virar paquita", assistente de palco da Xuxa, anunciou o locutor. A atriz Juliana Baroni, 37, saiu de Limeira (SP) em busca de uma oportunidade, e aos 11 anos virou a paquita "Catuxa Jujuba" e a sua vida mudou da água pro vinho.

"O cotidiano era muito gostoso, apesar de que a gente tinha muitas responsabilidades muito cedo, né? A gente tinha as coreografias para aprender, os horários a cumprir, uma carga horária muito grande, muito maior do que a que as crianças têm hoje", conta Baroni.

E observa: "Hoje eu vejo que aqui no SBT as crianças são muito respeitadas. Tem uma equipe toda em função das crianças: pedagoga, psicóloga, fonoaudióloga, as mães acompanham as gravações. Na minha época de paquita eu não tinha nada disso", diz Juliana que estranhou muito quando tudo acabou.

"Eu andava na rua e ninguém me reconhecia, era muito estranho!", comenta a atriz que atualmente vive Rebeca em "Cúmplices de um Resgate" (SBT). "Eu não trocaria a minha vida por nada, eu sou apaixonada pela minha profissão", conclui Juliana Baroni.

A atriz Cecília Dassi lembra de quando encantou o público vivendo a menina Sandrinha na novela "Por Amor" (Globo, 1997-1998). Adulta, formou-se em psicologia e resolveu estudar o fenômeno dos atores mirins. "Para ela, o trabalho nas artes pode ser benéfico se a família e a produção estiverem atentas às necessidades das crianças".

"A criança pode ir descobrindo potenciais, qualidades, descobrindo talentos, dons, descobrindo algo que faz bem para ela. Eu acho que tudo tem um lado bom e um lado ruim, e tudo vai depender de como essa criança vai ser orientada, de como tudo vai ser administrado por toda essa estrutura que está em volta dela", declarou Dassi.

O repórter Marcelo Torres entrevistou a apresentadora Eliana, que muito jovem participou dos grupos vocais "A Patotinha" e "Banana Split". "Eu comecei profissionalmente aos 10 anos fazendo comerciais, fazendo desfiles e fotos. E aos 14 eu entrei no grupo "A Patotinha" e comecei a viajar o Brasil inteiro, fazendo shows e tudo mais", relembra a apresentadora.

"Aos 16 para 17, o Silvio Santos me chamou pra ser apresentadora infantil no SBT do 'Bom Dia & Cia'!". Nesse meio tempo, Eliana alcançou a marca de 300 mil discos vendidos com o seu álbum "Os Dedinhos". Preocupou-se em fazer uma transição cuidadosa dos programas infantis para os que podem interessar a toda a família. "Virou a rainha da TV aos domingos", afirmou Torres.

Eliana diz aprovar o trabalho artístico da criança desde que seja vontade dela e não só dos pais. "Eu já vi criança que não queria entrar no palco e a mãe: mas ela canta, ela faz isso, ela faz aquilo! Vai, deixa ela! Aí eu disse: mas minha senhora. ela não quer! Eu já vi muito isso acontecer. E já vi também a mãe dizer: eu não sei a quem ela puxou, porque lá em casa é todo o mundo tímido! E ela canta, e ela dança, é extrovertida!", observou.

E deu um exemplo: "É o caso da Maisinha (Maísa Silva) do SBT, por quem o Brasil inteiro se apaixonou. Os pais dela são super introvertidos, falam pouco, e a Maisinha é super falante, é uma coisa dela, ela nasceu artista!", declara a madrinha do Teleton.

E encerra a sua participação com um recado: "Acima de tudo você precisa fazer o que você ama, encontrar o que você realmente ama fazer", afirma a apresentadora do SBT.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"