Primeiramente Jô recebeu o pai, o ator Antonio Fagundes, que foi falar de seus projetos teatrais, entre outras coisas. No momento, os Fagundes estão em cartaz no Rio de Janeiro (Teatro Sesc Ginástico) com a peça "Tribos" e deverão voltar a São Paulo em setembro com o espetáculo "Vermelho", no TUCA.

"E como vai a sua coleção de bengalas?", quis saber Jô. "Está bem, está crescendo. Já deve ter umas 50 agora", respondeu o ator. "Começou quando me surgiu um problema nas costas, aí eu tive que comprar uma bengala e pensei em comprar uma bonitinha, não é? Aí gostei, comprei mais uma, começaram a me dar e agora está grande". Se ele ainda usa bengala? "Uso, o problema das costas continua", declarou "O Machão" (Tupi - 1974).

O ator relatou então um episódio pitoresco em que fora preso em Cingapura por ter comprado uma bengala desmontável na Índia e carregado dentro da mala, sem saber que no interior da mesma havia uma adaga de prata. Foi preso e fichado: "Tive que assinar um documento no qual prometia nem cuspir no chão lá", contou "O Dono do Mundo" (Globo - 1991), com humor.

No telão, Jô mostrou o clipe em que o ator cantou e dançou "Não se reprima", caracterizado de Menudo para o programa "Tá No Ar" (Globo). "Eu acho que eu nunca fui tão cumprimentado por um trabalho como por esse aí. Adoraram, foi uma loucura!", observou "O Rei do Gado" (Globo - 1996).

O primeiro espetáculo profissional do ator foi quando tinha apenas 16 para 17 anos no Núcleo 2 do Teatro de Arena: "Farsa Com Cangaceiro, Truco e Padre", de Chico de Assis —que muitos anos mais tarde (1983) Fagundes remontaria com o título de "Xandú Quaresma". "A primeira peça que eu vi contigo foi com a Yolanda Cardoso (1928-2007)", comentou Jô. "Sim, três anos depois, era 'O Cão Siamês e a Alzira Porra Louca', de Antônio Bivar com direção de Emílio Di Biase", completou Fagundes.

"Eu olhei você em cena e falei assim: 'Esse cara é genial!'", relembrou o apresentador. "Eu tinha vinte anos, era magrinho de bigode", comentou Fagundes. "E a Yolanda lembrava muito a minha mãe, o mesmo jeitinho".

Na sequência, Jô recebeu o filho do ator, Bruno Fagundes, que viveu recentemente o Renato de "Meu Pedacinho de Chão" (Globo - 2014). "Tem sido maravilhoso dividir esse momento com ele, porque a gente começou com 'Vermelho'. Foi nossa primeira parceria, e deu tão certo que a peça ficou quase um ano e meio em cartaz, viajamos bastante", lembrou Bruno.

"E 'Tribos' veio em seguida, porque foi um espetáculo que eu descobri lá fora, me apaixonei e grudei no meu pai. A gente precisa fazer esse texto porque eu acho que vai dar certo, tem muita chance! E estamos aqui agora, depois de dois anos... então, dividir isso com ele tem sido um privilégio, uma honra, claro, porque eu sempre admirei ele como profissional. E, agora, poder dividir com ele esse nosso lado...", ia declarando Bruno quando Fagundes pai o interrompeu com humor: "É o meu garoto, é o meu garoto!".

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"