Renato Kramer

Vera Fischer pretende fazer 'alguma coisa de humor' na Globo em 2016

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O "Programa do Jô" (Globo) da última segunda-feira (13) foi todo dedicado às misses.

No primeiro bloco o apresentador recebeu o ator Tato Gabus Mendes e a atriz Vera Fischer – Miss Brasil 1969. Ambos estão em cartaz em São Paulo (Teatro Gazeta) com a peça "Relações Aparentes"(Alan Ayckbourn), marcando a volta da atriz aos palcos paulistanos depois de 17 anos de ausência.

"Não tem palavrão nessa peça", avisa Vera. "O que é uma pena!", retruca Jô. "Não acho, não. Eu acho que as pessoas ficam meio agredidas hoje em dia com tanto palavrão", argumenta a ex-miss. "Olha, puta que pariu, eu nunca imaginei isso!", ironizou Jô. "Eu acho que o palavrão está muito mais na cabeça de quem escuta do que quem fala. Tudo depende da maneira, do modo que é dito", arremata o apresentador.

No telão o casal aparece em uma cena de "Perigosas Peruas" (Globo - 1992). Na sequência atriz relembra que a sua primeira experiência em televisão foi na novela "Espelho Mágico" (Globo -1976). "Isso significa que eu estou há praticamente 40 anos na TV Globo", comenta Fischer.

"A Globo tem muita gente jovem agora, e a gente está pretendendo para o ano que vem tentar ver se eu faço alguma coisa de humor, talvez um quadro no Fantástico ou um seriado para diversificar um pouco as milhões de novelas que eu fiz – eu tenho um prazer muito grande, trabalhar na televisão é muito bom", conclui "A Super Fêmea" (filme de Anibal Massaini Neto que lançou Vera Fischer ao estrelato em 1973).

A atriz aproveita o ensejo para presentear Jô Soares com quatro livros seus: dois de ficção ("Lucíola" e "Serena") e dois 'meio' autobiográficos (Um Leão Por Dia" e "Vera, A Pequena Moisi"). Moisi era o apelido de Vera quando criança.

"Eu não sabia que você escrevia tanto!", comenta o apresentador. "E eu tenho dez prontos em casa para serem lançados, Jô!", rebate a atriz, "e uma peça de teatro também", acrescenta. Sobre o fato de ainda escrever à mão e a lápis, Vera comenta: "Eu sou muito 'jurassic park'! Celular, por exemplo, toda a semana eu perco um. Eu largo e depois não sei... E em computador eu não sei escrever, não sei!", declara fazendo biquinho.

Na sequência, Jô recebe uma das duas únicas brasileiras que conquistaram o título de Miss Universo: Martha Vasconcellos, a baiana que foi Miss Brasil 1968. A primeira a trazer o maior título da Beleza foi a gaúcha Ieda Maria Vargas, Miss Brasil e Universo 1964.

A miss baiana presenteou o apresentador com a sua biografia "Martha Vasconcellos", de Roberto Macedo, editado pela Coleção Gente da Bahia.

"Meu pai era totalmente contra essa história de concurso. Achava um absurdo, uma exposição muito grande – eu venho de uma família muito tradicional na Bahia", conta Martha. E acrescenta: "Eu entrei no concurso como uma brincadeira, eu não sabia que tinha muito dinheiro envolvido nisso – que tinha contrato, essas coisas todas".

E relembra: "O Miss Bahia quando eu ganhei, tudo bem, eu achava que era só uma festa e depois voltava pra casa. No Miss Brasil a coisa já ficou meio difícil, porque logo depois foram tirar fotos minhas no camarim e meu pai entrou e não deixou tirar foto nada, que eu estava cansada e ia embora".

E no Miss Universo? "Quando me chamaram para as cinco primeiras colocadas eu já comecei a chorar e não parei mais. Eu fiquei pensando: o que é que vai ser disso aí?! Tanto que eu não respondi a pergunta da entrevista, eu só fazia chorar!".

E na hora H? "Quando me chamaram como Miss Universo eu entrei em choque, não fiz nada, fiquei parada! Com medo, pensando: o que é que eu vou dizer quando eu chegar em casa? Se eu tivesse ganho um prêmio acadêmico, tudo bem – mas um concurso de miss?", declara a última brasileira detentora do título máximo da beleza até então, que afirma: "Eu sempre fui muito rebelde, nunca fui fácil não!".

Uma plateia VIP formada só de misses, todas vencedoras do Miss Brasil, estava assistindo a entrevista de Martha Vasconcellos. Mas não foram devidamente apresentadas para o público, nem mesmo o apresentador sabia direito quem estava lá. Um deslize da produção: no mínimo cada uma deveria ter sido citada.

Mesmo o final ficou mal explicado. "A gente tinha preparado para o terceiro bloco um encontro com a Vera Fischer (que recebeu a coroa de Miss Brasil 1969 das mãos de Martha Vasconcellos, Miss Brasil e Universo 1968). Mas quando a gente foi buscá-la ela já tinha saído, já tinha ido embora. Uma pena!", observou o apresentador num tom não muito convincente.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias