Renato Kramer

Leona Cavalli trocou amor da adolescência por carreira de atriz

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A atriz Leona Cavalli, que viveu Zarolha no remake de "Gabriela" (2012) e, mais recentemente, Glauce de "Amor à Vida" (2013), ambas na Globo, esteve no Programa "Amaury Jr." (Rede TV) no último final de semana para falar sobre o seu novo filme, "Anna K", de José Roberto Aguilar.

No longa, Leona vive Joana Fonseca que, apaixonada pela cultura russa, acaba desenvolvendo uma personalidade dupla e passa a acreditar que é uma versão de Anna Karenina —protagonista do livro homônimo de Leon Tolstói. O filme estreou no último dia 30 de abril.

A atriz contou um pouco de sua trajetória. Nasceu em Rosário do Sul (RS): "Uma cidade pequenininha no interior do Rio Grande do Sul, onde não tinha nenhuma atriz até então. Eu resolvi ser atriz com 6 anos. Meu pai, político e advogado, achou um absurdo, mas eu fiz a minha primeira peça infantil com 6 anos e nunca quis ser outra coisa na vida", confessou.

"Então fui para Londres e, de lá, liguei para o meu pai dizendo: 'Não volto mais, só se for para ir para Porto Alegre fazer Artes Cênicas'. E assim foi: fiz Artes Cênicas e um pouco de direito. Aí achei que se ficasse em Porto Alegre teria muita dificuldade de viver só como atriz, teria que ter outra profissão e fazer teatro de vez em quando, e não era o que eu queria. Então eu vim para São Paulo e comecei a minha carreira profissional", relatou Leona.

Anos antes de se mudar, a atriz conheceu um ator da trupe de Paulo Autran (1922-2007), que depois de se apresentar com espetáculos ficou na cidade para dar alguns cursos. "Nos conhecemos, nos apaixonamos e ele acabou ficando lá [em Porto Alegre]. Eu tinha 16 anos na época, e a ideia era que quando eu fizesse 18 nós viéssemos para São Paulo. O fato é que ele ficou por lá, não quis mais voltar, e eu, então com 18 anos tive que largar dele pra vir para São Paulo", contou.


"Era uma opção de vida e eu tenho certeza de que eu não me sentiria feliz. Eu não me sentiria viva e completa se eu não seguisse o meu sonho", argumentou a atriz, que se considera uma mulher de sorte: "Trabalhei no teatro com Paulo Autran, José Celso Martinez Corrêa, com Bibi Ferreira... no cinema com vários diretores ótimos e, mesmo na televisão, tenho sorte de trabalhar com pessoas muito legais", declarou.

"Tive um não inicial que eu tive que superar: não passei na terceira fase de testes para ingressar na Escola de Arte Dramática [da USP]", contou.

Atualmente a atriz está em cartaz no Maison de France, no Rio, com a peça "Frida y Diego", de Maria Adelaide Amaral, sob a direção de Eduardo Figueiredo. "Eu faço a Frida Kahlo. Creio que a maioria deve conhecer, mas foi uma grande pintora que viveu no México no século passado e ficou muito conhecida pelos seus autorretratos".

E continuou: "Tudo em função de um acidente no qual fraturou a coluna em 16 lugares e a perna direita fraturada em 11 lugares e teve um pé amputado —fez mais de trinta cirurgias—, mas nunca se entregou, sempre transformou tudo em arte", contou a atriz, que contracena com o ator José Rubens Chachá no papel de Diego Rivera.

Leona contou também que acabou de terminar uma história infantil que deve publicar em breve baseada na personagem "Bela Belinha" —uma palhacinha que a atriz veste para visitar hospitais infantis— e participa também como voluntária da ONG "Paz sem Fronteiras".

Jogo rápido para encerrar: Homem Bonito? Antonio Banderas. Mulher? Giselle Bündchen. Sinônimo de felicidade? Paz. Medo? Medo de não ter condições de realizar, de fazer aquilo que eu gosto —condições físicas, por exemplo. Cheiro de infância? Alfazema. Sonho de consumo? Ter um teatro. Ídolo? Paulo Autran.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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