Depois de uma brilhante atuação no espetáculo "Jesus Cristo Superstar" (2014), de Jorge Takla, o ator Igor Rickli volta a dar vida ao Nazareno no que é considerado um dos maiores espetáculos da Terra: a "Paixão de Cristo de Nova Jerusalém", no agreste de Pernambuco.

Rickli fez recentemente uma participação muito especial na novela "Alto Astral" (Globo), vivendo o rei sedutor Mohammed Abdulah Al-Masi, que deixou a Samantha Paranormal (Cláudia Raia) completamente arriada depois de uma "caliente" noite de núpcias.

Ao dar vida a um personagem tão importante no imaginário popular e sagrado, Igor já havia confessado o quanto isso o transformara durante o processo de montagem e especialmente durante as apresentações do clássico musical da Broadway. Dono de uma grande disciplina profissional, aprimorou o seu trabalho vocal ao ponto de conseguir dar um show à parte a cada interpretação sua das canções da famosa "ópera rock". O Jesus Cristo de Rickli era um verdadeiro "Superstar".

Agora, nessa experiência, apresentando-se para um público estimado em 10 mil pessoas por sessão, tudo foi grandemente ampliado: a emoção, a entrega e o aprendizado.

Tive a oportunidade de assistir a quatro apresentações esporádicas de "Jesus Cristo Superstar". E a cada vez o ator conseguiu envolver e emocionar mais, quando isso já nem parecia ser mais possível.

"Você conseguiu estar ainda melhor hoje", cheguei a comentar com Igor. Abrindo o seu sorriso luminoso e olhando fixo com os seus olhos de um azul transparente, o ator respondeu humildemente: "Mesmo? Que bom ouvir isso. Fico sempre tentando aperfeiçoar, dar um passo adiante. Gentileza sua me dizer". Rickli é assim: encanta com a sua beleza desconcertante, cativa com a sua simpatia e simplicidade e angaria a admiração e respeito pelo carinho, garra e dedicação que encara a sua arte. Um tipo raro de ator nos dias de hoje.

Ainda em suas declarações sobre a força do personagem Cristo em sua vida, Igor faz questão de ressaltar o quanto o seu pai foi importante em trazer até ele os ensinamentos do Nazareno. "Meu pai tem o maior orgulho de ter o sobrenome Christofor, que quer dizer 'aquele que carregou Cristo'. Ele é uma figura, professor de História, declamava poesias, um grande artista o meu pai! E ele sempre me aproximou muito dos ensinamentos de Cristo. Tive muita sorte de tê-lo como base", declarou o ator.

Entre os quase 40 atores e por volta de 300 figurantes, o elenco de "A Paixão de Cristo" de Nova Jerusalém (PE) conta ainda com os globais Humberto Martins como Pilatos e Paloma Bernardi como a Virgem Maria.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"