Com nova integrante, 'A Liga' volta à telinha com temas densos, fortes e intrigantes
Na noite desta terça-feira (8), estreou na Band a quinta temporada de "A Liga", sempre sob a direção de Sebastian Gadea.
Além do time já veterano, Thaíde (o único desde a primeira temporada), Cazé e Mariana Weickert (que entrou no ano passado), junta-se ao grupo a atriz Mel Fronckowiak.
Foi a novata —namorada de Rodrigo Santoro— quem acompanhou a ocupação do Complexo da Maré (RJ), no último fim de semana.
Quase na chegada, ela surpreende a crise nervosa de uma jovem de 27 anos, grávida de cinco meses. A polícia tenta atendê-la, mas a moça está histérica. "Eu quero morrer!", exclama. A apresentadora tenta conversar. "Eu não quero conversar!", grita a moça. Mel não insiste.
Mel passa a entrevistar alguns moradores e trabalhadores do complexo. "O que você acha da ocupação?", pergunta para o trabalhador Dinho. "É um excesso. É desproporcional", responde o rapaz. "Na última ocupação que teve aqui, mataram 13 moradores", acrescenta. "Isso só aumenta o nível de agressividade dentro da favela."
Cerca de 2.700 homens adentram o Complexo da Maré. A apresentadora questiona, então, uma dona de casa: "O que a senhora acha que vai mudar com a ocupação?".
"Nada", responde rapidamente a senhora. "Não mudou em nenhuma outra comunidade, porque é que aqui vai mudar?!"
Já o repórter Cazé acompanha a internação involuntária de um jovem viciado em crack, morador da "cracolândia", no centro de São Paulo. A internação é feita a pedido da mãe do rapaz, dona Nilda.
"Eu não durmo, não como, vivo à base de remédios há cinco anos!", queixa-se ela.
Cazé lhe pergunta o que a levou a tomar essa atitude extrema.
"Desespero", respondeu a mãe com a fisionomia muito abatida, "eu tava vendo a hora dele morrer na rua!".
A cena que se seguiu foi muito triste. A cracolândia é uma verdadeira fratura exposta da sociedade. O rapaz foi encontrado e levado para uma clínica de reabilitação. No caminho, tornou-se agressivo a ponto de dar cabeçadas no assistente que o segurava e até cuspir no rosto da própria mãe.
Dona Nilda só chorou em resposta. Ela sai da clínica aliviada e cheia de esperança na recuperação do filho.
Mariana Weickert vai até uma academia de ginástica no Rio se encontrar com a fisiculturista Ana, que treina de segunda a sábado. Para se aquecer ela faz supino com 60 kg. "Sem quebrar as unhas!", lembra Ana.
A atleta pede a Mariana que faça um vídeo seu para postar em um site de "tarados por músculos" —homens que se associam a sites contendo fotos e vídeos de mulheres musculosas.
"Mas me pega de baixo pra cima para que eu pareça maior", solicita Ana.
Mariana retruca: "Gente, que mundo é esse? No meu mundo as minhas amigas querem parecer menor!".
"Já te confundiram com travesti?", questiona Mariana. "Aconteceram algumas vezes", responde Ana.
"Isso te incomoda?".
"Muito! Eu tô aqui caprichando no make, no cabelo, nas unhas...", responde Ana, contrariada. Em sua refeição, a fisiculturista consome 30 claras de ovos por dia.
Já na frente do computador, Ana, vestindo apenas um biquíni sumário, mostra-se para os "clientes". Mariana passa a sua mão inadvertidamente no peitoral de Ana. Os internautas vibram!
"Tipo isso que a gente tá fazendo agora é uma putaria pra eles?", questiona a apresentadora.
"É, pornô!", responde Ana, ciente do universo do chat que participa. "Virei atriz pornô!", comemora Mariana fazendo caras e bocas.
"A Liga" continua a sua saga de mostrar o "avesso do avesso do avesso" —o exótico, o dolorido e o intrigante de aspectos da nossa sociedade, muitas vezes varridos para debaixo do tapete, que precisam ser conhecidos ou para serem discutidos, aceitos ou transformados para melhor.
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