O cantor porto-riquenho Ricky Martin deu uma rápida entrevista para o "Altas Horas" (Globo) deste sábado (15).

De início, falando em um português quase perfeito, Ricky confessou que gosta muito da língua portuguesa e que aprendeu a falar o que sabe com a música brasileira e as viagens que fez ao Brasil.

O apresentador Serginho Groisman quis saber o que o cantor pensa da situação atual do Brasil. Ricky foi polido e político: "Todos os países têm altos e baixos. O meu trabalho com o meu país, pelo menos, é sempre falar do crescimento e do fortalecimento cultural. Eu até posso falar de coisas que me causam dor, mas só quando se refere ao meu país", acrescentou.

Já para o Brasil, só elogios. "Como estrangeiro no Brasil, eu só posso falar do que vivi no país: a música, as pessoas, a comida, a cultura, as praias...eu como porto-riquenho que amo o seu país", declarou Martin, "só falo das coisas lindas do Brasil".

Sobre as redes sociais, Ricky falou da importância que elas exercem atualmente em sua carreira. "Hoje eu falo uma coisa que está acontecendo comigo e milhões de pessoas ficam sabendo na mesma hora. E eu também recebo o retorno imediatamente – então fico sabendo do que o público precisa, musicalmente falando", concluiu.

"Você faz sucesso há muito tempo...você só pensa no hoje ou pensa também no amanhã?", quis saber Serginho. "É uma luta constante", confessou o cantor. "Mas eu sou da filosofia que se deve viver o hoje, porque o amanhã não existe. É verdade que eu às vezes me esqueço disso, e preciso saber o que vai acontecer daqui há seis meses", esclareceu Ricky, "mas espiritualmente a minha obrigação hoje é ficar no presente. Mesmo porque as expectativas por vezes são muito dolorosas...prefiro dar um passo por vez".

Foi quando Groisman perguntou como o cantor administra a sua vida pessoal e profissional tão agitada. "Eu tenho momentos que são só meus, mas eu acho que o que me dá força é a transparência. A minha tranquilidade espiritual é poder viver sem máscara. Mas foram muitas horas, muitos dias de trabalho espiritual para eu poder me libertar das pressões sociais. Não foi fácil", continua Ricky Martin, que assumiu a sua homossexualidade há poucos anos.

Para encerrar, Serginho lhe pediu que destacasse três canções marcantes de sua carreira. "Não Se Reprima", a dançante canção dos anos oitenta de quando ainda participava da famosa boyband Menudo foi a primeira que lhe veio à mente. "La Copa de La Vida", a canção oficial da Copa do Mundo da França (1998) foi a segunda. E por último, o seu hit máximo "Livin' La Vida Loca" (1999).

"Hoje eu posso dizer que ganhei uma batalha que foi dolorosa até certo ponto...hoje eu sou um livro aberto", arremata o cantor Ricky Martin que veio ao Brasil para gravar o clipe com a canção oficial da Copa 2014.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"