Renato Kramer

Anette Bening e Julianne Moore emocionam no filme "Minhas Mães e Meu Pai"

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A história de um casal homossexual que luta para manter a sua família unida ganha pontos com a bela interpretação das atrizes Annete Bening e Julianne Moore.

Nic (Bening) e Jules (Moore) são casadas e têm um casal de filhos adolescentes, frutos de inseminação artificial de um doador, até então, anônimo.

Tudo caminha às mil maravilhas até que Laser (Josh Hutcherson) implora à irmã Joni (Mia Wasikowaska) que completara 18 anos, que o ajude a encontrar o pai biológico. Joni investiga e chega até o displicente Paul (Mark Ruffalo). A paz da família tem seus dias contados.

Crédito: Suzanne Tenner/Divulgação
As atrizes Annette Bening e Julianne Moore (à dir.) em cena do filme "Minhas Mães e Meu Pai" (2010), de Lisa Cholodenko

Esta é a trama básica do filme "Minhas Mães e Meu Pai" (The Kids Are All Right - 2010), de Lisa Cholodenko, apresentado neste sábado (4) no "Supercine" (Globo).

E o que poderia ser apenas uma obra oportunista e "modernosa" aos poucos vai mostrando como realmente, embora ainda com muita dificuldade, a sociedade está reavaliando os seus conceitos e abrindo o leque de possibilidades ao respeitar a diversidade.

Num primeiro momento, Jules cai em tentação e trai a sua amada com o envolvente Paul –que se mostra muito acessível e cheio de boas intenções. Nem Nic nem as crianças desconfiam, e todos passam a viver uma espécie de "conto de fadas" até que descobrem a traição.

E, para ficar pior, quem descobre é a própria Nic. Ela desaba. Coloca Jules contra a parede e esta acaba confessando. "Você está apaixonada por ele?", pergunta Nic aos prantos, mas com firmeza.

"Não", responde Jules, ciente da cilada em que se meteu. "Você virou hétero agora?", enfatiza Nic incrédula e dolorida. "Não", limita-se a responder Jules.

Ambas atrizes dão um show de interpretação vivendo o feliz casal que entra em crise.

Sem exageros nem afetações desnecessárias, tanto Annete Bening quanto Julianne Moore tornam as suas personagens profundamente humanas e sensíveis.

Depois do desastre, ambas admitem, apesar da dor e da decepção, que se amam seriamente e que não querem perder o núcleo afetivo que criaram com tanta dedicação.

"Você quer uma família?", questiona Nic para Paul que, apesar de tudo, não se dá por vencido e força manter o contato. "Então vá criar uma pra você!", conclui Nic, batendo-lhe a porta na cara.

A história tem sim um final feliz, Nic e Jules acabam juntas depois da tempestade. Percebem que se amam e que vale a pena superar a turbulência.

"Acho que vocês não deviam mesmo se separar", lhes sugere o filho Laser. "Estão muito velhas", argumenta o garoto, comemorando com um leve sorriso a reconciliação de suas mães.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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