Renato Kramer

Na mesma noite, TV a cabo exibe especiais com divas nacionais

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A noite desta quarta-feira (22) foi estelar na TV paga. Um especial com Ângela Maria foi mostrado na Globo News e, na sequência, um documentário com Nana Caymmi no GNT.

Quem dá início ao especial da "sapoti" é a grande e saudosa Elis Regina, que em um vídeo se confessa absolutamente fã de Ângela, considerando-a "a melhor cantora que o Brasil já teve".

Ângela Maria foi "Rainha do Rádio", quando o rádio tinha rainhas. Foi considerada a cantora brasileira com maior extensão vocal, além de uma das mais afinadas de todos os tempos. Quando canta a famosa "Babalu" (Margarita Lecuona), demonstra todo o seu poder vocal com requintes de preciosismo.

Grandes cantores reverenciam-na neste especial mostrado pela Globo News: além da própria Elis, Ney Matogrosso, Maria Bethânia e até o "rei" Roberto Carlos, que declara estar honrado em poder cantar com ela a sua canção "Desabafo" no seu especial do fim do ano de 1996.

Clássicos como "Cinderela", "Falhaste Coração", "Tango Pra Tereza", entre tantos outros, fazem parte do vasto repertório da grande cantora, mas é com "Gente Humilde", música de Garoto com letra de Chico Buarque e Vinícius de Moraes, que Ângela Maria gostaria de ser sempre lembrada. A cantora, que afirma preferir receber homenagens ainda em vida, deixa a dica: "quem quiser saber como é Ângela Maria, ouça essa canção".

Crédito: Divulgação A cantora Ângela Maria
A cantora Ângela Maria

"Eu não sei fazer nada sem música, eu não vivo sem música! A primeira canção que eu cantei foi um clássico com dois anos!", confessa outra diva da MPB: Nana Caymmi. O GNT apresentou também na noite de ontem o documentário "Nana Caymmi em Rio Sonata" (2010), de Georges Gachot, que mostra flashes da trajetória de outra das cantoras mais respeitadas do Brasil.

"Eu me adoro cantando", confidencia Nana sem falsa modéstia. "De repente uma mulher pega uma música minha que estava lá e ninguém tinha dado muita atenção, e coloca na televisão e pronto, vira um estouro!". Nana se referia à belíssima "Resposta ao Tempo" (Cristóvão Bastos e Aldir Blanc), que a autora Glória Perez escolheu para tema de sua minissérie "Hilda Furacão" (Globo, 1998) --protagonizada pela não menos bela Ana Paula Arósio.

Entre outras, Nana aparece cantando a clássica canção "Bom Dia", da qual é coautora com o então marido Gilberto Gil - classificada no III Festival da Música Popular Brasileira (Record - 1967). "Eu era mulher dele, mas ele fazia o trabalho dele e eu o meu. Nunca entendi aquele negócio do 'tropicalismo', se alguém vier me explicar talvez eu entenda!", declara Nana sem papas na língua.

"Nunca quis nenhum rótulo: cantora disto, cantora daquilo. Sempre quis ser livre para cantar tudo o que gosto", afirma a cantora dona de uma voz grave, envolvente e personalíssima. Nomes importantes do mundo da música, como Erasmo Carlos, João Donato, Dorival Caymmi (pai da cantora), Tom Jobim, Milton Nascimento e o próprio Gilberto Gil marcam presença neste documentário imperdível para os fãs de Nana Caymmi.

Crédito: Paula Giolito - 6.jul.11/Folhapress Nana e Dori Caymmi se apresentam durante o 22º Prêmio da Música Brasileira
Nana e Dori Caymmi se apresentam durante o 22º Prêmio da Música Brasileira

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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