Renato Kramer

"Se tivesse 15 minutos de anonimato, eu ia dar muito", diz Xuxa

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Nesta quinta-feira (30) encerrou a primeira temporada do novo programa do apresentador Pedro Bial: 'Na Moral'. E fechou com chave de ouro: o tema era 'fama', e a convidada de honra era nada mais e nada menos do que a eterna Rainha dos Baixinhos - Xuxa Meneghel.

"No futuro todos serão mundialmente famosos por quinze minutos", foi como Bial abriu o programa citando a célebre frase de Andy Warhol. "A Xuxa é famosa há mais de um bilhão de segundos", lembrou o apresentador. E passou a sabatinar a sua convidada.

Vantagem da fama? Usá-la em benefício dos outros, resumiu Xuxa, agora com os cabelos mais pretos do que as asas da graúna. Desvantagem? "Não poder ir aos lugares que eu quero. Mas daí eu fico em casa... já me acostumei", confessou a gaúcha de Santa Rosa.

Crédito: Raphael Dias/Divulgação TV Globo Xuxa Meneghel e Pedro Bial no programa "Na Moral"
Xuxa Meneghel e Pedro Bial no programa "Na Moral"

Um termômetro da fama da entrevistada especial da noite foi o nascimento de sua filha Sasha ter sido transmitido pelo 'Jornal Nacional'. O Brasil inteiro acompanhou o primeiro banho de Sasha Meneghel ao vivo, no horário mais nobre da televisão brasileira.

Se Xuxa se lembra como eram as coisas antes da fama? Lembra, direitinho. "Andar de trem ali em Bento Ribeiro, comer bolinho na Central...", rememora a Rainha dos Baixinhos. "Mas agora não dá pra ir comer um bolinho na Central?", pergunta Bial. "Aquele gostinho daquele bolinho com aquela fome é que era gostoso!", explica Xuxa.

'Onde a fama te enganou?", pergunta Bial num repente. "Confiar nas pessoas, acreditar...com a fama começa a aparecer muita gente ao teu redor pra fazer coisas e você vai confiando, acreditando...é complicado", revela Xuxa.

O assessor de imprensa Cacau Oliver e o colunista do jornal 'O Globo' Artur Xexéo, também trouxeram sua colaboração ao 'Na Moral'. Xexéo afirmou que nos dias de hoje, não tem celebridade suficiente para tanta mídia.

Pedro Bial chama para a roda a cantora Aretha, filha dos cantores Antônio Marcos e Vanusa, que aos seis anos de idade era a queridinha do Brasil. "O tempo passou e ela continuou cantando, mas a fama não lhe acompanhou", disse Bial. "Ter sido tão famosa e ver isso sumindo dói? É sofrido?", perguntou-lhe o apresentador.

"Dói e é muito sofrido", respondeu sem pestanejar Aretha. "Tem uma fase de revolta, tipo 'ninguém me ama, ninguém me quer'. Eu acho que a criança tem que ter muita estrutura familiar, muito apoio pra não sofrer", acrescentou a cantora. Se ela se arrepende de alguma coisa? Aretha responde dando um pequeno show, cantando 'à capella' "Non, Je Ne Regrette Rien", sucesso na voz de Edith Piaf. A sua lição da fama: 'só o amor compensa".

O psicólogo Paulo Greven junta-se ao bate papo para contar sobre quando tornara-se conhecido nas novelas como o galã Paulo Castelli. Filho da excelente atriz Maria Luiza Castelli, Dr. Paulo confessou ter ele mesmo abandonado a fama. "Conheci toda a alegria do começo, de conquistar aquilo que eu queria, mas depois veio a maldição da fama - algo que me arrancava de mim mesmo", confessou o psicólogo que cuida de um lar para idosos e se sente muito bem resolvido profissionalmente.

"A fama traz amor?", pergunta Pedro Bial de supetão, voltando para Xuxa. "Não, traz só ilusão! Se sem fama já é difícil encontrar um amor de verdade, imagina com fama", afirmou a moça que acordou gerações cantando 'tá na hora, tá na hora...tá na hora de brincar!" (Ilariê).

Sobre as suas declarações íntimas e polêmicas no 'Fantástico' recentemente, Xuxa demonstra um ar de quase arrependimento. "Eu achei que podia ajudar algumas pessoas a ter coragem de delatar situações semelhantes, mas depois fui inventar de ler algumas coisas que escreveram sobre e vi que muita gente não entendeu", queixou-se a apresentadora.

"O que você faria se tivesse quinze minutos de anonimato?", perguntou-lhe Pedro Bial para encerrar. A Rainha dos Baixinhos desceu do salto, botou uma rasteirinha e soltou:

"Eu ia beijar muito, eu ia paquerar muito, eu ia dar muito! Ia aos lugares que eu quisesse e ninguém ia escrever em lugar nenhum!!!". Xuxa foi muito aplaudida. Pegou sua nave e partiu.

"Na Moral'? Funcionou, é legal. Deve voltar. Com Bial.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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