Valeu a pena Bruna Linzmeyer se expor tanto?
Antigamente, quando ainda não existia a internet, os famosos escondiam suas vidas pessoais muito mais do que hoje em dia. Talvez porque fosse difícil controlar a própria narrativa: quem fosse flagrado pulando a cerca, por exemplo, não contava com um perfil nas redes sociais para se defender.
Alguns artistas tinham (e muitos ainda têm) assessores de imprensa, para tentar um mínimo de controle sobre o fluxo de informações a seu respeito. Mas a maioria ficava à mercê das revistas e jornais que cobriam o mundo do entretenimento. Casos totalmente falsos —como a infame cenoura de Mário Gomes— circulavam livremente, deixando um rastro de destruição atrás de si.
A chegada da web mudou o jogo. O número de sites que comentam a vida alheia se multiplicou feito Gremlins saindo do banho (olha o F5 aqui, gente!). Mas a internet também proporcionou às celebridades um canal direto de comunicação com seu público. Postar fotos no Instagram virou parte fundamental da construção de uma carreira sólida.
Não foi só a tecnologia que mudou. As mentalidades também. A ponto de uma atriz jovem como Bruna Linzmeyer declarar tranquilamente à revista “Serafina” de abril que estava namorando uma mulher.
Ela não divulgou o nome da amada, mas não foi difícil descobrir de quem se tratava. O jornal “Extra” fuçou as redes sociais e logo identificou a cineasta Kity Féo, que vinha publicando imagens e declarações de amor explícitas o suficiente para ligarem uma coisa com a outra.
Vivemos um momento onde muita gente acha que a liberdade de expressão autoriza a vocalização de ofensas e preconceitos. Claro que o casal recebeu uma enxurrada de ataques. Alguns disfarçavam a homofobia implícita através de críticas à diferença de idade (23 anos) entre as duas: “pô, Bruna, você podia pegar coisa melhor”. Outros, nem isto.
Comparando as páginas da atriz no Facebook e no Instagram, percebi uma coisa: neste último, a artilharia é muito mais pesada. Talvez porque não apareça a foto do babaca do comentarista, que se sente protegido por um tênue anonimato. Mas também me chamou a atenção a quantidade de mensagens de apoio: ufa, nem tudo está perdido.
Será que Bruna Linzmeyer se arrependeu do que disse à “Serafina”? Talvez. Nossos colunistas de fofocas são preguiçosos. Inventam casos vagos entre pessoas que nem se conhecem direito, enquanto deixam escapar notícias de verdade. Mas é óbvio que alguém sairia a campo para investigar.
Só que Bruna me parece ser de uma geração que não está nem aí. Com uma sexualidade fluida, uma enorme vontade de experimentar de tudo e um solene desprezo pela opinião dos falsos moralistas.
Tanto que nem ela, nem Kity, nem nenhuma assessoria se manifestou. Estão certíssimas. Quem tem que se esconder não é quem ama: é quem joga pedras. Afinal, para quê acusar um golpe respondendo a ele?
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