'Anna Delvey de Campo Grande': golpista das redes sociais é exposto por supostas vítimas
Assim como a fraudadora russa que enganou a elite financeira de Nova York, influencer João Vitor Silva ostentava estilo de vida luxuoso enganando seguidores
O influenciador João Vitor da Penha Silva foi exposto nas redes sociais, acusado de aplicar golpes através da internet para ter acesso a roupas de grife e viagens de luxo. No Tik Tok e no Instagram, ele compartilha viagens internacionais, hospedagens 5 estrelas e eventos exclusivos.
Identificado como @mrjoaovs no Tik Tok e como @joavs no Instagram, o influencer interagia virtualmente com outras pessoas ligadas ao mundo da moda. De acordo com relatos, João mora em Campo Grande, bairro na Zona Oeste do Rio de Janeiro. De família humilde, teria ambições de viver em um mundo além da sua realidade financeira e, para isso, compartilhava informações falsas com o objetivo de se aproximar de suas 'vítimas'.
Ele está sendo chamado de "Anna Delvey de Campo Grande" nas redes sociais, numa menção à golpista russa Anna Sorokin, que enganou a elite de Nova York fingido ser de uma família rica alemã para lucrar milhões. Em 2019, ela foi presa por várias acusações de tentativa de roubo e fraude. Sua história ganhou mais projeção após o lançamento da série "Inventando Anna", da Netflix.
Assim como Anna, João dizia ser filho de um sheik árabe, antes de revelar sua verdadeira identidade. Ele também garantia que tinha contato direto com marcas de alta costura.
Um dos vídeos da série do "exposed" explica que o influencer agia prometendo ajudar mulheres em troca de dinheiro. "Se eu fizesse um pix de R$ 10 mil, ele me levaria para casa de alta costura da Balenciaga, em Paris. Quando estávamos lá, ele disse que a mala dele não tinha chegado e sumiu", comentou uma das vítimas, não identificada.
A influencer Mariane Esper também fez um dos vídeos de denúncia. Ela diz que criou amizade com João em 2022 pelas redes sociais e que o influencer a acompanhou em viagem a Paris. "Eu teria que pagar a passagem dele e ele faria o ‘serviço’ dele, que seria me fotografar e gravar todos os meus conteúdos", disse ela. João também a levaria em evento exclusivo de moda.
Contudo, Mariane conta que precisou arcar com todos os custos de alimentação e hospedagem de João, o que não estava incluso no acordo. De volta ao Brasil, ela resolveu se afastar e diz que "esse lifestyle dele é às custas dos outros. Todo mundo bancava ele". Ela diz ainda que o influencer mencionava que a série "Inventando Anna" era uma inspiração.
Já a empresária Maria Caraldi comentou no Tiktok que quase caiu em um golpe emprestando roupas, que deveriam ser devolvidas, para que o influencer fizesse fotos. Ela diz que João demorou 3 meses para devolver as peças e nunca publicou as fotos de divulgação prometidas.
A usuária @yedamvr, do Twitter, contou que, há anos, João já usava efeitos de edição em suas fotos. Uma fotografia em que supostamente aparecia com seu pai, em trajes típicos árabes, teria o rosto da criança trocado pelo dele. Registros em um avião particular, seriam, na verdade, de outro perfil. Imagens de seu suposto closet também pertenceriam a outra influenciadora. Sua suposta casa em Nova York seria, na verdade, um café.
O F5 tentou contato com o influencer via Tik Tok, mas não obteve resposta. Ele excluiu seu perfil no Instagram e mantém uma conta privada.
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