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Web acusa influenciadoras de suposto racismo ao darem banana e macaco de pelúcia a crianças pretas

Vídeos com Kérollen e Nancy ganharam notoriedade após comentário da advogada Fayda Belo

Kérollen e Nancy são acusadas de suposto racismo em vídeo que viralizou nas redes sociais
Kérollen e Nancy são acusadas de suposto racismo em vídeo que viralizou nas redes sociais - Fayda Belo no Instagram
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São Paulo

As influenciadoras Kérollen e Nancy estão sendo acusadas de cometerem suposto racismo em um vídeo que viralizou nas redes sociais, nesta terça-feira (30). A advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, publicou um vídeo em seu perfil em que reproduz clipes em que fazem um jogo com crianças pretas: elas recebem a opção de escolher um presente ou R$ 10. Após abrirem o embrulho, elas recebem uma banana e um macaco de pelúcia, em ação que indignou as redes sociais.

Após a colagem dos vídeos das influenciadoras, Fayda pede que os usuários denunciem a dupla ao Ministério Público do Rio de Janeiro, através de um link do órgão judicial. "Vocês conseguem dimensionar o nível de monstruosidade que essas duas desinfluenciadoras tiveram ao dar um macaco e uma banana para duas crianças inocentes e ainda postarem nas redes sociais para seus mais de 13 milhões de seguidores?", questiona ela.

"Racismo não é entretenimento. Racismo é crime! Vamos de mutirão?", completa Fayda, na legenda da publicação. No Twitter, o post com o mesmo conteúdo recebeu mais de 1,3 milhão de visualizações e mais de 30,6 mil curtidas desde as 17h40 desta terça.

Os vídeos originais indicados por Fayda não foram encontrados no perfil de Kérollen e Nancy. Procuradas pelo F5, a dupla enviou um posicionamento à reportagem nesta quarta-feira (31), por e-mail, através de nota assinada pelo advogado Adriano Torres Bacelar. O texto afirma que elas "repudiam qualquer tipo de discriminação" e que seguem com o "compromisso de promover a inclusão, diversidade e igualdade em suas plataformas".

"As publicações em questão foram retiradas de contexto e interpretadas de maneira distorcida. As influenciadoras não tiveram a intenção de promover o racismo ou ofender qualquer indivíduo ou grupo étnico", indica a nota do advogado das influenciadoras. " Diante desses pontos, pedimos que a justiça seja feita e que todas as partes envolvidas tenham a oportunidade de apresentar seus argumentos de maneira igual. A dupla vai cooperar plenamente com qualquer investigação conduzida pelas autoridades competentes."

Procurada pelo F5, Fayda informou que protocolou uma notícia-crime junto à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio de Janeiro (RJ). "Paralelo a isso, também enviei para a procuradora da Coordenação de Direitos Humanos do Ministério Público do Rio de Janeiro a mesma notícia-crime junto com esses vídeos", disse ela, à reportagem.

Fayda reforçou também que "racismo é crime, não tem graça e não é piada". "O inquérito já foi aberto e eu espero que elas sejam denunciadas, processadas e punidas nos mais rígidos rigores da lei. Lembrando que, segundo o artigo 20-A da Lei de Crimes Raciais, o racismo recreativo é uma causa de aumento de pena e as penas podem chegar a quase oito anos de reclusão", completou ela, que disse ter descoberto os vídeos de Kérollen e Nancy após uma indicação da influenciadora Bruna Volpi. "Vi que na verdade elas já vêm realizando esse ato de usar o racismo como comédia e recriação desde 2021. Este não foi um caso isolado."

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