CCXP: Visitante entra na Justiça contra feira e Netflix após acidente
Rafael Torres fraturou o tornozelo e alega falta de suporte das companhias
Participar das edições da Comic Con Experience é um desejo para muitos fãs de cultura pop. Porém, para o advogado Rafael Torres, 43, a experiência no evento acabou sendo traumática e o levará a acionar a Justiça, envolvendo a organização do evento e a Netflix.
Torres reside em Niterói, no Rio de Janeiro, e viajou para São Paulo em 1º de dezembro para curtir a feira –que voltou a ter edições presenciais após dois anos, devido à pandemia. O advogado conta que decidiu visitar o estande da plataforma de streaming e participar da ativação da série "Round 6".
Em determinado momento da atividade, os participantes precisariam pular de uma plataforma para um piso e, neste momento, Torres se acidentou e fraturou o tornozelo. "Do lado de fora não havia nenhuma identificação material sobre a experiência que o usuário iria vivenciar, nem indicação de parâmetros para a participação no evento, como idade, altura ou peso", explica.
"O que a organização disponibilizava era um termo de declaração padrão do usuário isentando-a de qualquer responsabilidade pela participação do usuário na ativação. As pessoas tinham que assinar em meio a todo esse clima, e só: não havia ninguém para orientar o participante."
O advogado afirma que, apesar da falta de orientação, se sentiu seguro para pular observando outros participantes. "Sou obeso e sei quais são minhas limitações. Assim que pude ver que havia outras pessoas gordas pulando, me deixou mais seguro para participar."
Após a lesão, Torres afirma que foi socorrido pelo corpo de bombeiros e foi levado ao hospital, acompanhado de um funcionário da CCXP. Lá, ele precisou fazer uma cirurgia e recebeu a indicação de 120 dias de afastamento, devido à lesão.
O advogado diz que, apesar de ter recebido os primeiros socorros e ajuda na parte burocrática do hospital, não teve suporte das companhias, por isso, pretende entrar na Justiça pedindo reparação de danos materiais, "pelos gastos que tenho tido pela lesão", e danos morais.
"Eles tinham a obrigação de garantir a segurança do participante, apesar de assinar o termo de declaração, a organização não garantiu minha integridade. Eles me ofereceram os primeiros socorros, mas faltou o suporte", afirma, em conversa com o F5.
O advogado conta que, após a cirurgia e o retorno para casa, recebeu uma cesta com alguns presentes por parte da Netflix. Procurada, a CCXP enviou uma nova reforçando que prestou os primeiros socorros ao visitante e "seguiu monitorando sua situação nos dias seguintes e à disposição para qualquer necessidade", e que "permanece à disposição para qualquer elucidação do ocorrido".
"A organização do evento reforça que, conforme o relato do próprio visitante, este foi atendido prontamente, por meio da brigada de emergência do evento. Após o primeiro atendimento, o visitante foi levado ao setor médico, onde o medicaram e encaminharam para o hospital adequado para a sua situação, ainda sob os cuidados de um representante do evento", completa o texto.
A Netflix enviou um comunicado sobre o episódio. "Lamentamos profundamente a experiência deste participante. Todos os protocolos de segurança foram seguidos, incluindo sinalização adequada. A segurança e a experiência dos nossos fãs são extremamente importantes para nós", diz nota.
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